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Perillo manda recado para integrantes da CPI para agendar conversa

Menos de 24 horas após o empresário Walter Paulo Santiago contradizer o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sobre a compra de imóvel em Goiânia, o tucano recrutou um mensageiro para solicitar a integrantes da CPI do Cachoeira uma conversa privada.
Segundo a Folha apurou com integrantes da comissão, o recado do governador veio por meio do senador Cyro Miranda (PSDB-GO).
Na conversa com integrantes da CPI, Miranda disse que o governador estaria disposto a conversar em Brasília com alguns parlamentares tidos como "independentes", individualmente, no próximo domingo (10) ou na segunda-feira (11), véspera do depoimento dele na CPI. No dia (13) será a vez do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), falar à comissão.
"Teria a disponibilidade de recebê-lo, mas defendo que não seja uma conversa isolada e sim com todo o grupo que converge com opiniões similares", disse à Folha o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) um dos escolhidos para a conversa.
O grupo defendido por Randolfe é composto por, além dele, o senador Pedro Taques (PDT-MT) e os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Rubens Bueno (PPS-PR).
 
VERSÕES
 
Após o surgimento de uma nova versão para a compra do imóvel, alguns integrantes da CPI passaram a defender o adiamento da vinda do governador.
"Para que a pressa. Vamos aguardar a vinda dos documentos da quebra dos sigilos da Delta para termos mais elementos", afirmou o deputado Silvio Costa (PTB-PE).
Segundo ele, o presidente interino da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), concordou com a tese. "Conversei com ele [Paulo Teixeira], vamos levar isso ao Vital", disse Costa ao se referir ao presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que está de licença médica até aproxima semana.
Em depoimento prestado ontem na CPI, o empresário Walter Paulo Santiago deu uma nova versão para a compra do imóvel do governador ao afirmar que pagou pela casa em dinheiro, "em notas exclusivas de R$ 50 e R$ 100".
Perillo já afirmou que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão. Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confecções Ltda, de uma cunhada de Cachoeira, nos meses de março, abril e maio de 2011.
A empresa, por sua vez, recebeu dinheiro de uma firma fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.
A versão de Walter Paulo também contradiz o ex-vereador tucano Wladimir Garcez, que disse em depoimento à CPI que ele mesmo era o comprador da casa e que, para isso, contou com empréstimos de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, e de Cachoeira. Somente depois que supostamente percebeu que não teria como cobrir os cheques emitidos, procurou outro comprador --no caso, Walter Paulo.

Por Folha