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PF prende alunos da Unifesp após protestos em SP

A Polícia Federal prendeu ontem 22 estudantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), após protesto e tumulto no campus em Guarulhos (Grande SP).
Eles foram indiciados sob a acusação de formação de quadrilha, dano ao patrimônio público e constrangimento ilegal. À noite, a Justiça Federal concedeu liberdade aos estudantes.
Os universitários disseram que foram agredidos sem motivo no campus pela PM e que há exagero no indiciamento. Os alunos estão em greve e pedem melhores condições na unidade. No campus, no último dia 6, a polícia retirou pacificamente um grupo de alunos após uma invasão.
A PM disse que anteontem foi chamada por professores que estavam "encurralados" pelos manifestantes. Segundo a polícia e a Unifesp, houve quebra-quebra.
A polícia disse ainda que foi recebida com pedras e que, para garantir a segurança, "foi necessário o uso de granadas de efeito moral e de balas de borracha".
Os estudantes negaram que tenham invadido a direção. Dizem que só entraram por poucos minutos numa antessala do prédio e saíram, sem quebrar nada.
 
Imagens
 
PM e estudantes divulgaram materiais para se defender. Os alunos publicaram vídeo que mostra manifestantes fora do prédio da direção, gritando palavras de ordem contra os policiais. Um PM agarra uma jovem e a leva. Os manifestantes correm, e os policiais atiram.
Já a PM divulgou áudio de professores pedindo ajuda. E a PF mostrou fotos que mostram depredações no prédio.
Para o ex-juiz e professor de direito Luiz Flávio Gomes, incluir formação de quadrilha "não tem cabimento".
Para ele, isso só poderia ocorrer se os alunos se reunissem constantemente para praticar crimes.
Sem isso, afirmou, a soma das penas cairiam, e os alunos teriam direito a fiança, sem precisar de decisão judicial para ter a liberdade.

Por Folha