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PSB lança candidato em Recife e aprofunda crise com o PT

O ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e ex-presidente do Porto de Suape Geraldo Julio será apresentado amanhã como candidato do PSB à prefeitura do Recife.
Apontado como favorito desde a semana passada, Julio foi o escolhido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), entre quatro nomes que se desincompatibilizaram do governo para disputar a eleição.
Pesquisas de opinião mostrando que a população tem preferência por um candidato com perfil de administrador basearam a escolha. Formado e pós-graduado em Administração, Julio foi o responsável pela implantação do modelo administrativo do Estado ainda na primeira gestão de Campos, quando ocupou a Secretaria de Planejamento.
Na segunda-feira, o governador levará o candidato para Nova York, onde o programa Todos por Pernambuco receberá um prêmio da Organização das Nações Unidas. O candidato, que nunca disputou cargo eletivo, será apresentado como “pai” do programa. A formalização da candidatura própria aprofunda a crise entre PT e PSB no Recife. Segundo fontes do PSB, Campos deve levar 15 dos 16 partidos que formam a Frente Popular para a candidatura de Julio, isolando o candidato do PT, o senador Humberto Costa.
Os partidos tinham um acordo no qual o PSB seria apoiado nas disputas para o governo e o PT para a prefeitura. Campos rompeu o acordo alegando que o PT não tem unidade interna. O atual prefeito, João da Costa (PT), se revoltou contra Humberto depois de ser afastado da disputa pela direção nacional do PT a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, o secretário estadual de governo, Maurício Rands (PT), adversário do prefeito nas prévias e aliado de Humberto abandonou o senador. Depois de desistir das prévias por pressão de Lula, Rands viajou para os EUA e desmobilizou seu grupo. Petistas vêm as digitais de Eduardo Campos, de quem Rands é aliado, na movimentação do secretário.
Campos queria que o PT indicasse o vice de Julio. A possibilidade chegou a ser avaliada por lideranças petistas mas descartada depois da divulgação de uma pesquisa, no final de semana, apontando o franco favoritismo do senador petista, que tem entre 30% e 35% das intenções de voto, dependendo do cenário pesquisado.

Por iG