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CUT ameaça ir às ruas em defesa de réus do mensalão

O novo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, 46 anos, diz que poderá levar às ruas a força da maior central sindical do país para defender os réus do mensalão, que começarão a ser julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2 de agosto.
"Não pode ser um julgamento político", disse Freitas à reportagem. "Se isso ocorrer, nós questionaremos, iremos para as ruas", acrescentou. Freitas será empossado presidente no congresso que a CUT realizará nesta semana em São Paulo.
A abertura do evento hoje deverá contar com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A central nasceu como uma espécie de braço sindical do PT nos anos 80 e a maioria dos seus dirigentes é filiada ao partido.
Vagner Freitas disse temer que o julgamento do mensalão se transforme em mais um campo de batalha entre os petistas e seus adversários, e afirmou que isso poderia colocar em risco os avanços sociais conquistados pelo país após a chegada do PT ao poder.
"Nós vivemos um bom momento político e a estabilidade é importante para os trabalhadores", disse o sindicalista.
"Não queremos um país desestabilizado por uma disputa político-partidária, entre o bloco A e o bloco B.
Se isso acontecer, a central não ficará de braços cruzados: "A CUT é um ator social importante e não vai ficar olhando", afirmou Freitas.
Em 2005, quando o escândalo do mensalão veio à tona, a CUT reuniu 10 mil pessoas em Brasília para uma manifestação em defesa do governo Lula.
O protesto foi organizado logo depois da queda do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, um dos réus do processo no Supremo Tribunal Federal.

Congressos

Nos últimos meses, sindicatos ligados à CUT serviram frequentemente de palco para os réus do mensalão apresentarem sua defesa.
O próprio José Dirceu foi a congressos estaduais da central neste ano para falar sobre a conjuntura política do país e o julgamento.

Por Folha