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Empresário do caso Erenice contou 2 vezes à PF sobre propina

O empresário Rubnei Quícoli reafirmou duas vezes, em depoimentos diferentes à Polícia Federal, a narrativa que em 2010 resultou na destituição da então ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Ele disse que uma empresa de filhos de Erenice pediu dinheiro em troca da liberação de recursos públicos.
Em junho deste ano, o ex-presidente Lula afirmou, em evento político, que Quícoli "retirou a acusação na primeira audiência" e fez críticas à imprensa, que não teria dado publicidade à história.
Lula, na verdade, se referia a outro processo, este movido pelo Diretório Nacional do PT contra o empresário.
No meio da campanha eleitoral à Presidência de 2010, o diretório abriu uma ação para pedir R$ 150 mil de indenização por supostos danos morais ao partido.
Numa audiência, Quícoli aceitou assinar um depoimento pelo qual dizia não ter tido intenção de atingir o PT. O papel encerrou o processo cível, sem condenação. 
Ontem, o empresário disse ter ficado "indignado" com a afirmação de Lula e reafirmou o depoimento prestado à PF e à Folha, em 2010.
"O que estava sendo questionado ali [processo cível] era a honra do PT. Dizer que eu voltei atrás, eu não admito."
Quícoli disse que não chegou a ser ouvido pelo juiz responsável pelo inquérito, que determinou o arquivamento do caso neste mês, mas somente pela Polícia Federal.
"A minha palavra sobre isso é que o Lula se equivocou", disse ele. "O que eu disse foi: A empresa [Capital] está me extorquindo, eu não estou conseguindo viabilizar um projeto para o Brasil e estou sendo vítima de uma quadrilha dentro da Casa Civil."

Por Folha