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Justiça suspende intervenção de Kassab no PSD de Belo Horizonte

A Justiça Eleitoral decidiu na noite de segunda-feira acatar o pedido da direção do PSD de Belo Horizonte (MG) e suspender a intervenção decretada pelo presidente nacional do partido, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
O diretório nacional havia ordenado que a legenda fizesse a coligação com o PT em torno da candidatura de Patrus Ananias em vez de apoiar o atual prefeito e candidato à reeleição na capital mineira, Marcio Lacerda (PSB).
Segundo o juiz do Foro Eleitoral de Belo Horizonte, Rogério Alves Coutinho, "não há notícia no ato de intervenção de qualquer falha, na Convenção Municipal realizada em Belo Horizonte, que pudesse justificar a atitude tomada pelo presidente do partido". O juiz acatou o pedido apresentado pelo secretário-geral do PSD em Minas Gerais, Alexandre Silveira.
A intervenção foi realizada no dia 5 de julho a pedido de Kassab que, no âmbito federal, é aliado da base da presidenta Dilma Rousseff. A chapa de Lacerda fechou aliança com o PSDB de Aécio Neves, que tem fortes laços com integrantes do PSD de Belo Horizonte.
Apesar da orientação dada pelo presidente da legenda, o diretório municipal homologou na Justiça apoio à candidatura de Lacerda. O embróglio ficou tamanho, que o PSD estava presente nas duas chapas - na de Patrus Ananias e na de Marcio Lacerda.
Antes de julho, a eleição da capital mineira prometia tranquilidade, com uma aliança entre PT, PSB e PSDB em torno da reeleição do atual prefeito. Entretanto, houve um racha entre os mineiros que são do grupo de Aécio e os que são contra ele. Em Minas, o PSD é ligado a Aécio e ocupa cargos de primeiro escalão no governo do tucano Antonio Anastasia.
A intervenção nacional foi considerada pelo diretório municipal como uma manobra orquestrada com apoio da presidenta Dilma para o partido fazer um "gesto ao governo federal" e pelo ex-governador José Serra , adversário de Aécio dentro do PSDB e candidato a prefeito de São Paulo com o apoio do PSD de Kassab.
Além do apoio a Lacerda, o PSD de Belo Horizonte havia decidido pelo lançamento de três candidatos a vereador antes da intervenção. O magistrado aponta que a decisão do diretório nacional "foi tomada de forma tão atabalhoada" que "a comissão interventora, sem qualquer fundamentação, se limitou a indicar uma candidata, com evidente prejuízo ao partido".
Coutinho deu cinco dias para que a comissão se manifeste antes de julgar o pedido. O grupo ainda pode recorrer.

Por iG