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No Rio, Katy Perry reclama do barulho dos fãs

Em plena praia de Ipanema, na porta do hotel Fasano, um dos mais luxuosos do Rio de Janeiro, uma pequena multidão de fãs se aglomera, desde domingo, sem descanso. Eles querem ver a cantora americana Katy Perry, a diva pop dos adolescentes criada em família religiosa, que explodiu depois de dizer, em uma de suas composições, que gostou de ter beijado uma menina.
Katy está no país (segundo a própria, lugar onde estão seus fãs mais apaixonados) para o lançamento de seu filme em 3D, Katy Perry: Part of Me, que estreia em 3 de agosto e mostra os bastidores de sua última turnê – incluindo o show que apresentou, no ano passado, em São Paulo.
Na porta do Fasano, o grupo faz jus ao esteriótipo do fã adolescente: desesperado, apaixonado, animado, fiel e… histérico. Até Katy Perry, a própria homenageada, não resistiu e tocou no assunto, enquanto recebia jornalistas na tarde desta segunda-feira, no Fasano. De vestido Valentino bordô comportado, saltos Louboutin e aneis em prata, ela abriu a entrevista desculpando-se pelo atraso (de quase uma hora e meia): “Ainda não consegui dormir desde que cheguei, por causa do barulho. Eles [os fãs] sabem como me manter acordada. Hoje, foi até às 5h30″, disse, em aquele tom bem-humorado de quem quer falar uma verdade inconveniente. Na tarde de hoje, teve a ajudinha de um famoso brasileiro para se tornar mais intenso. As fãs repetiam que Luciano Huck divulgou nas redes sociais que levaria alguma delas para conhecer a cantora pessoalmente. Cada pessoa que passava pela porta de entrada era inquirida sobre Huck: onde ele estava, a que horas chegaria, o que poderiam fazer para que ele as escolhesse (ele, que levou os dois filhos para conhecer a cantora, gravou com a multidão da porta no meio da tarde). Pouco antes de Huck chegar, uma menina, do alto de seus 11 anos de idade, tentava conter as lágrimas para contar que foi para lá direto da escola com duas amigas e a mãe de uma delas e que sua vigília na porta já durava três horas. O almoço tinha ficado para depois, já que Huck poderia escolher ‘a’ fã a qualquer momento.
Na metade final da entrevista, Katy comentou novamente o quanto seus fãs estavam animados do lado de fora (“Deve ser alguma coisa na água daqui“, brincou a cantora). Confesso que eu já esperava tamanho alvoroço, desde que presenciei cena parecida na sala de cinema, na semana passada, em uma sessão do filme para convidados. E, se o que se viu por lá foi a prévia do que acontecerá nas salas de cinema, prepare-se: as meninas cantam como se estivessem no show, berram, vibram e até choram (muito) quando Katy leva um fora do marido por mensagem de texto. “O filme fala sobre superar obstáculos. Quis mostrar que, para se recuperar, é preciso persistência”, diz. Uma bela lição de autoajuda para um público-alvo com que Katy faz de tudo para se comunicar: através de figurinos e cabelos coloridos, das canções espevitadas, do jeitinho de menina que luta por seus sonhos (“Não preciso de nenhum príncipe encantado. Eu mesma faço o meu final feliz”, diz) e que se identifica com as garotas de uma geração mais nova. Em uma das cenas do filme, quanto pergunta a um garotinho quantos anos ela parece ter, Katy, de 27, não esconde a satisfação com a resposta: “Dezesseis”.

Por Veja