|

Senador quer reconvocar Perillo para depor na CPI

Diante das novas evidências de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), teria costurado um acerto com a construtora Delta em troca da liberação de 9 milhões de reais em créditos da empresa com o estado, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou à CPI do Cachoeira requerimento para que o tucano seja reconvocado a prestar esclarecimentos no colegiado.
Informações da Polícia Federal indicam que Perillo firmou um “compromisso” com a Delta em troca de benefícios. O primeiro acerto entre eles teria sido o pagamento da mansão que o governador tinha no condomínio Alphaville, em Goiânia.
“O retorno do governador Marconi Perillo é imprescindível para que sejam esclarecidas não apenas as circunstâncias da venda da casa, mas sim, e principalmente, a influência da organização criminosa de Cachoeira, bem como os negócios existentes entre o governo do estado de Goiás e a Delta”, defendeu Randolfe no requerimento.
Segundo informações da PF, os recursos para a compra da casa de Perillo têm um trajeto específico: saem das contas da Delta, passam por duas empresas ligadas a Cachoeira e chegam à Excitant, companhia da cunhada do bicheiro. Os três cheques que foram dados para a compra do imóvel estão em nome da Excitant e foram assinados pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo de Almeida Ramos.
Após as novas revelações sobre o suposto vínculo entre Perillo e o contraventor, o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), voltou a criticar o que classificou como direcionamento dos trabalhos da CPI contra o governador de Goiás. “Há uma clara condução de ordem política”, disse. “Querem transformar a CPI em um tribunal de exceção, de inquisição. Muitas vezes há essa atuação de se transformar em versões fatos que não respondem à clareza de suas ações”.
Para Randolfe, existem “robustas evidências de que a organização criminosa liderada por Cachoeira tinha no estado de Goiás sua principal base de atuação”. O pedido para o novo depoimento de Perillo à CPI só deve ser votado em agosto.

Por Veja