Inri Cristo vai ao Supremo e diz que Lula era 'comandante' do mensalão
Inri Cristo, catarinense que se diz a reencarnação de Jesus Cristo, esteve na tarde desta quarta-feira no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, para se manifestar sobre o julgamento do mensalão, "na condição de eleitor e conselheiro de juristas".
Cristo distribuiu um manifesto no qual diz que Lula era "comandante" do esquema de corrupção e que ele "se faz de burro para continuar comendo milho". "O povo brasileiro pode até eleger um ladino, um espertalhão, um falastrão [...] porém, nunca elegeu um pateta", afirma o texto.
No início parecia que Cristo não conseguiria ultrapassar as grades que separam o tribunal da Praça dos Três Poderes, onde ele está localizado. "Não posso obrigar ninguém a nada, só posso entrar onde me deixam entrar", dizia o ex-bancário, acompanhado de seu séquito. "Sou contra, inclusive, a obrigação de votar."
Após breve conversa com os seguranças, Cristo foi autorizado a assistir a sessão nas salas separadas para o público e, ao longo do julgamento, poderia passar ao plenário, conforme a disponibilidade de lugares.
Ao telefone, um dos seguranças confirmava pelo celular que Inri Cristo não estava de terno, gravata e sapatos sociais, como manda a liturgia do Supremo, e sim com as habituais longas vestes brancas, a sandália surrada e a coroa de espinhos cenográfica. Questão a ser resolvida, segundo ele, pelo cerimonial, caso Cristo fosse ao plenário.
Não foi necessário: Inri Cristo se conformou em ir apenas até a entrada do tribunal. Antes, fez uma parada na estátua da Justiça, escultura de Alfredo Ceschiatti. "Por ser cega, você não pode ver as injustiças, por ser surda você não pode ouvir o clamor do povo e por ser muda não pode interferir junto a meu pai senhor Deus. Já eu posso pedir ao meu pai", pregou Cristo, iniciando uma oração.
Ele dizia ter ido ao Supremo para dar sua opinião sobre o assunto, pedida há sete anos pelos internautas que acompanham seu site. "Eu estou aqui para manifestar a minha vontade e a do meu pai para que se faça Justiça", afirmava.
Que Justiça? "A de Deus, claro! A dos homens falha, sempre falha", respondeu Cristo, rindo. Ele negou que pudesse adiantar ou influenciar os votos dos ministros, mas que pediria a Deus que os "iluminasse" na votação.
Após mais uma oração, a terceira, Cristo resolveu voltar à sua casa em Brasília, que chama de "a nova Jerusalém": "Todos me ouviram, e quem não me ouviu ouvirá mais tarde. Até sempre, meus filhos. Deus os abençoe e também o chefe da segurança que me trouxe aqui".
Por iG