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Maconha é consumida todo dia por 1,5 milhão de brasileiros

No Brasil, 8 milhões de pessoas (7% da população adulta) já experimentaram maconha ao menos uma vez na vida, aponta o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) nesta quarta-feira (1º). Mais de 3 milhões de pessoas fumaram a droga no último ano e cerca de metade dos usuários – 1,5 milhão – a consomem diariamente.
Quase 600 mil adolescentes já usaram a droga ao menos uma vez na vida. No último ano, 470 mil a experimentaram. O uso costuma começar cedo. Mais de 60% dos usuários tiveram o primeiro contato com a maconha antes dos 18 anos.
O estudo, feito pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Unifesp, foi concluído em março de 2012. Ao todo, 4.607 pessoas com 14 anos ou mais foram entrevistadas em 149 municípios de todo país.
Pesquisadores identificaram que um terço dos usuários de maconha – 1,3 milhão – são dependentes dela. Eles apresentaram sinais de ansiedade e preocupação por não ter a droga, sensação de perda de controle sobre o uso, preocupação sobre o uso e acharam difícil parar.
Um terço dos adultos entrevistados já tentaram parar e não conseguiram. Quase 30% apresentaram sintomas de abstinência ao tentar largar a droga.
O primeiro levantamento da Unifesp sobre o tema foi feito em 2006. Naquele ano, havia um adolescente pra cada adulto usuário de maconha. A proporção registrada neste ano é de 1,4 adolescente por adulto.
A maioria da população ouvida no estudo (75%) não concorda com a legalização da erva. 11% são favoráveis e 14% não têm opinião formada. 

Uso no mundo

Segundo a pesquisa, o Brasil não está entre os países com os maiores índices de uso de maconha no mundo. Se no país a taxa de consumo no último ano ficou em 3%, ela sobe para 5% na Europa e até 10% nos Estados Unidos.
As Nações Unidas consideram que os dados oficiais da América Latina possam estar subestimados, uma vez que o volume de maconha apreendido no Brasil está entre os maiores do mundo e o país não é um grande fornecedor de nenhuma região.
Embora a porcentagem de usuários no Brasil seja relativamente pequena, a porcentagem de dependentes é a mesma encontrada em países com maior prevalência do uso, afirma o estudo.

Por Época