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Protesto em frente ao STF coloca ‘atrás das grades’ os réus do mensalão

"Esperamos que desta vez seja feita justiça, pois 20 anos atrás houve um escândalo muito parecido, envolvendo alguns dos mesmos personagens em Manaus e não aconteceu nada", disse o líder dos manifestantes, Carlos Lacerda, diretor financeiro da Federação dos Metalúrgicos da Região Norte, filiada à Força Sindical.
Lacerda se referia ao desvio de R$ 20 mil em valores atuais dos cofres do Sindicato dos Metalúrgicos para abastecer campanhas de deputados petistas e do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1989.
Entre os acusados (posteriormente inocentados) estavam dois réus do mensalão, José Genoino e Paulo Rocha. O autor da denúncia foi o então deputado Roberto Jefferson. O escândalo, um dos primeiros da história do PT, levou à expulsão do partido então deputado Ricardo Moraes. Lula, na época, disse que não sabia de nada.
"É a mesma coisa. A única diferença é que na época o Roberto Jefferson era gordo", disse Lacerda.
O lavrador desempregado Nilson Francisco dos Santos, de 62 anos, pedalou durante 40 dias de Pindamonhangaba (SP) a Brasília para protestar pela condenação dos acusados. Vestido de palhaço, Santos pregou a união dos brasileiros contra a corrupção. 
"Quem é o palhaço? Todo o povo brasileiro. Este julgamento pode até não dar em nada, mas eu fiz a minha parte. O problema é que o brasileiro é covarde. Se todos se unissem contra a corrupção não teria ladrão no Brasil", disse ele.
Santos vive em uma casa/bicicleta há três meses com a cadela Princesa. Desempregado, ele não consegue se aposentar antes de completar 65 anos por falta de documentos que comprovem suas décadas de trabalho no campo.
"Já plantei muita lavoura, tratei de muito gado, mas não posso me aposentar. Decidi que não quero ser mendigo na cidade. Hoje vivo nas estradas com a Princesa e a ajuda de quem passa. E na estrada vou ficar até conseguir a aposentadoria", disse ele.

Por iG