Bancada do PT sofre desgaste em votação
A discussão da proposta que fixa o salário mínimo em R$ 545 nesta quarta-feira, na Câmara, colocou a bancada do PT na berlinda e na incômoda posição de defender o valor fixado pelo governo, em lado oposto ao das centrais sindicais.
A oposição, sem poder de fogo para elevar o valor do mínimo, ao menos teve o gostinho de usar a votação para fustigar a bancada petista, reforçando, a cada discurso, a situação _chamada de “inusitada” e “inédita”_ de o PT estar “contra os trabalhadores’’.
Os petistas acusaram o golpe. O líder da bancada, Paulo Teixeira (SP), fez várias intervenções para dizer que os R$ 545 repunham valores da década de 80 e, além disso, o governo fixa uma política de reajustes do mínimo para os próximos anos.
Um dos mais bombardeados foi o relator da proposta, deputado Vicentinho (PT-SP), ironicamente ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Diante do desgaste, os colegas de partido saíram em defesa do colega, saudado como um político “com história” de defesa dos trabalhadores.
Ao ler seu parecer sobre as emendas ao projeto, Vicentinho foi interrompido pelos sindicalistas na galeria ao coro de: “Você pagou com traição/ a quem sempre lhe deu a mão”.
A votação, que se encaminha para o final, não deve apresentar sustos para o governo. Já para os petistas ficará o travo amargo do “bullying” que sofreram na primeira prova de fogo do governo Dilma na Câmara.
Por Folha