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Familiares e amigos se despedem de Benedito Nunes

Dezenas de pessoas chegando a todo instante, coroas de flores espalhadas por todos os cantos e os olhares voltados para um local iluminado, planejado e reservado especialmente para ele: Benedito José Viana da Silva Nunes, ou simplesmente, 'Bené' para os mais íntimos.
O dia é de tristeza. Belém, o Pará, o Brasil e até mesmo o mundo perdem não só o filósofo, o crítico, o ensaísta, ou o professor, perde um exemplo de ser humano, um homem que, mesmo com tantas glórias, conhecimento, prêmios, soube manter a humildade e simplicidade e a dignidade como constantes em uma vida.
Muitos parentes, amigos e admiradores foram até a Igreja de Santo Alexandre, no Complexo Feliz Lusitânia, para prestar suas últimas homenagens ao 'professor Bené', como foi citado por muitos.
Os familiares preferiram não falar neste momento de tristeza e dor, mas muitos amigos fizeram questão de expressar seus sentimentos. Uma delas foi a desembargadora aposentada Sônia Parente, amiga de Benedito e de sua família há 50 anos. Bastante emocionada, ela disse que não esperava o falecimento do amigo. 'Ontem estive com ele no hospital. Nos conversamos, ele estava lúcido, brinquei com ele e sorrimos juntos mas, infelizmente tive essa triste notícia pela manhã', conta.
E a amiga não poupou elogios e boas recordações de seu amigo. Benedito era um grande homem, de uma simplicidade enorme. Alí estava um sábio, simples e que sempre viu beleza em tudo. Vou sentir muita falta dele. Se eu pudesse dizer mais alguma coisa para ele neste momento diria: - Muito obrigada pela sua contribuição à humanidade', falou bastante emocionada.
Outra que também deixou seu recado foi Rosa Portugal, também desembargadora aposentada. 'Ele vai deixar uma lacuna enorme para a Literatura brasileira. Era um pequeno grande homem'.
Para Paulo Chaves, secretário de Cultura do Estado, o Brasil perde um verdadeiro 'patrimônio da cultura brasileira'. 'É uma perda inestimável para a cultura paraense. Ele era um homem extraordinário, de conhecimento universal tanto na sua importância como na sua presença no país. Um homem de apego a sua terra, de onde nunca quis sair e a seus amigos e em nenhum momento aceitou a possibilidade de sair daqui e ir para o eixo Rio-São Paulo ou até mesmo para outros países do mundo, já que convites não lhe faltaram'.
Ele diz ainda que Benedito será sempre reconhecido por seus livros, por seu conhecimento, por sua simplicidade, e por seu jeito singelo. 'Me considero um privilegiado por o ter conhecido e convivido com essa luz tão radiante que emanava e isto será imorredouro na minha vida e na de todos que tiveram a chance de aproximar dele', disse.
Paulo Chaves finalizou dizendo: 'Não conheci outro como ele, que mesmo convivendo num meio de rivalidade, desrespeito, inveja e concorrência, pairava como uma unanimidade, sem perder a simplicidade e a humildade. Que sua luz ilumine os caminhos dos que fazem e ainda farão a cultura paraense', finalizou.
Outra que também fez questão de deixar sua homenagem foi Terezinha Gueiros, secretária de Educação de Belém. 'O conheci quando foi meu professor de história da filosofia, no curso de Pedagogia da UFPA; Quero lembrar dele como a figura do professor exemplar. Sua capacidade de compartilhar o conhecimento era imensa, mesmo já velinho, ele nunca deixou de ser e querer ser o professor e isso para mim é um dos fatos mais significativos da vida dele, o poder que ele teve, como educador, de influenciar tantas gerações que buscaram o conhecimento', destacou.
esta segunda-feira (28), será celebrada a missa de corpo presente na Igreja de Santo Alexandre e, em seguida, carros saem em comboio até o cemitério Max Domini, em Marituba, região metropolitana de Belém, onde o corpo será cremado.

Por Portal ORM