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PMDB apresenta fatura após aprovação do salário mínimo

A presidente Dilma Rousseff mal terminou de comemorar a primeira vitória no Congresso Nacional, com a aprovação do projeto que fixa o novo valor do salário mínimo em 545 reais, e já está às voltas com a fatura apresentada pelo PMDB. Os deputados peemedebistas começaram a se articular para receber as recompensas pelo apoio de toda a bancada ao Palácio do Planalto. Apesar de oficialmente o líder na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), afirmar que as demandas para a distribuição de cargos são “página virada”, o partido já fez chegar ao Planalto suas exigências: a manutenção de Jorge Luiz Zelada à frente da Diretoria Internacional da Petrobras, a indicação do ex-deputado Marcos Lima (PMDB-MG) para uma diretoria de Furnas e a indicação prioritária para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), além da vice-presidência de Loterias da Caixa Econômica Federal.
A bancada do PMDB em Minas Gerais quer promover o superintendente do DNPM do estado, Sérgio Dâmaso, para o comando nacional da instituição. Essa seria uma indicação estratégica, já que o órgão estará diretamente envolvido na redistribuição dos royalties do pré-sal, a menina dos olhos de Dilma, e que promete acirrar a disputa entre os estados.
Os peemedebistas mineiros queriam ter emplacado Marcos Lima na presidência de Furnas, mas a presidente preferiu indicar Flávio Decat. Segundo o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), Decat já convidou Lima para ocupar uma diretoria na estatal e o PMDB espera a manutenção dos cargos em Furnas, com Lima, e na Petrobras, com Zelada, para os próximos anos. “Não é uma relação de troca, mas temos nossas indicações, porque somos o governo”, diz Quintão.
O líder do PMDB disse que seu partido “apanhou muito nesses últimos meses e sofreu injustiças em relação à postura que sua bancada poderia tomar em decisões importantes”. Para Henrique Eduardo Alves, ter os 77 deputados votando a favor do governo foi uma forma de dar o troco aos críticos e mostrar que seu partido “tem compromisso e fidelidade com o governo”. “Depois da votação de ontem, estamos num céu de brigadeiro”, declarou.

Olhos atentos – Nos bastidores, porém, circula a ideia de que os parlamentares do PMDB foram muito bem instruídos para não falharem na votação do mínimo. Todos sabiam que os holofotes do Planalto estariam virados para os aliados, para identificar os dissidentes. Com os 100% de apoio do partido, alguns peemedebistas dizem esperar apenas uma “relação respeitosa por parte do governo” e que o Planalto “retribua com a mesma fidelidade à grandeza e importância do PMDB nos projetos de desenvolvimento do Brasil e na garantia da governabilidade”. A conferir.

Por Veja