|

Ação militar na Líbia evitou massacre em Benghazi, diz Cameron

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou nesta segunda-feira (21) no Parlamento que a ação militar internacional na Líbia evitou um "massacre" em Benghazi, cidade sede do governo provisório rebelde. Cameron disse que "progrediram bem" os dois objetivos iniciais fixados pela coalizão internacional para aplicar a resolução 1973 aprovada na semana passada pelo Conselho de Segurança da ONU. "A primeira era suprimir as defesas da zona de exclusão aérea. A segunda era proteger os civis do ataque do regime de Khadafi", disse.
O primeiro-ministro do Reino Unido declarou ainda que "as Forças da coalizão neutralizaram em boa parte as defesas aéreas líbias, e o resultado é que a zona de exclusão aérea foi implantada com eficácia sobre a Líbia". "Também é evidente que as Forças da coalizão ajudaram a evitar o que poderia ter sido um massacre sangrento em Benghazi", disse.
Cameron ressaltou que a operação militar "não é uma invasão" e deu garantias aos cidadãos britânicos que "não haverá ocupação da Líbia", porque a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) não autoriza. O dirigente conservador britânico rejeitou as comparações com a Guerra do Iraque, respaldada pelo governo trabalhista sob a direção de Tony Blair, e lembrou que aquele conflito não contou "nem com o respaldo das Nações Unidas, nem das nações árabes".
Antes do comparecimento parlamentar de Cameron, o governo publicou o estudo legal que encarregou nos últimos dias ao Procurador-geral, Dominic Grieve, segundo o qual o desdobramento das Forças armadas britânicas no Mediterrâneo tem "uma base clara e inequívoca" em virtude da Carta das Nações Unidas.
O estudo indica que a resolução 1973 foi adotada sob o capítulo VII da Carta da ONU de 1945, relativa aos atos de agressão e de manutenção da paz e à possibilidade de "empregar forças por ar, mar e terra como for necessário para manter ou restaurar a paz internacional". "O Procurador-geral foi consultado e o governo está satisfeito pelo fato de que esta autorização sob o capítulo VII para empregar todas as medidas necessárias dota de uma base legal clara e inequívoca ao desdobramento de Forças e ativos militares do Reino Unido para alcançar os objetivos da resolução", afirma.
Cameron apresentou uma moção de apoio à intervenção militar, que será aprovada sem problemas porque conta com o respaldo do opositor Partido Trabalhista. 

Por Época