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Atirador mata 12 pessoas em escola no Rio

Um homem identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, provocou na manhã desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, aquele que é um dos maiores massacres da história recente do Brasil. Portando dois revólveres, Oliveira entrou na escola Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste da capital, onde havia estudado, e começou a atirar. Segundo a polícia militar do Rio, ele matou pelo menos 12 alunos, feriu outras 12 pessoas e se matou após o confronto com um policial. O número inicial de feridos era de 22, mas, de acordo com a GloboNews, a primeira lista tinha nomes de pais e responsáveis por alunos que foram incluídos indevidamente no documento. Também houve confusão com o número de mortos: o Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro se confundiu no final da tarde e divulgou que 13 corpos teriam passado por perícia, mas logo no início da noite voltou atrás e confirmou as 11 crianças mortas (10 meninas e um menino) e mais o assassino. Mais tarde, foi confirmada a morte de mais um menino.
A chefe da Polícia Civil do Rio, Marta Rocha, disse que Oliveira se aproveitou do fato de ser ex-aluno da escola para entrar no estabelecimento. Segundo ela, a escola está comemorando 40 anos de fundação e, por isso, ex-alunos estão sendo convidados a realizar palestras. Oliveira, disse Marta Rocha, entrou em uma das salas de aula, foi reconhecido pela professora e, em seguida, começou a atirar nos alunos. Em conversa com a reportagem de ÉPOCA, uma das vítimas do atirador contou que Oliveira estava usando fones de ouvido, aparentemente escutando música, e ria enquanto disparava contra os estudantes. Um vídeo postado no Youtube (com imagens fortes) mostra o terror das crianças que fugiam da escola durante o ataque. Durante os oito minutos de imagens é possível ouvir gritos e ver crianças com as roupas sujas de sangue deixando o local.
O massacre só foi parado graças à intervenção de um policial militar, o terceiro sargento da Polícia Militar do Rio Marcio Alves. Ele concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (7) contando detalhes do confronto com o atirador. Alves lamentou não ter chegado "5 minutos antes", mas disse sentir que "cumpriu seu dever". Alves confirmou que estava dando suporte a uma blitz do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), a dois quarteirões da escola, quando foi chamado por um aluno ferido pelo atirador que conseguiu fugir da escola. Alves encontrou Oliveira quando ele subia do segundo para o terceiro andar, com as armas carregadas para continuar atirando. Alves acertou o atirador na perna. Caído, Oliveira teria dado um tiro no próprio corpo e morrido.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, chamou a atenção para o armamento de Wellington Menezes de Oliveira. Ele carregava dois revólveres, um de calibre 38 e outro de calibre 32, além de um carregador que permitia o recarregamento rápido dos armamentos. "Eram armamentos de um profissional", disse. Cabral prometeu dar "todo apoio" às famílias das vítimas. Pego de surpresa pelo atentado, Cabral e Paes estava claramente abatido e emocionado. “Nossa obrigação é dar toda a nossa solidariedade e apoio às famílias desse psicopata, desse animal”, disse.

Crime foi premeditado
 
Ao longo da tarde, trechos da carta que o atirador levou consigo para a escola foram divulgados. O texto deixa claro que Oliveira havia se programado para cometer o crime. O criminoso dá orientações sobre os cuidados que deveriam ter com o seu corpo e afirma que pessoas "impuras" não deveriam tocar nele. Ele pede que seu corpo seja enterrado ao lado do corpo da mãe adotiva, e que a casa onde vivia, em Sepetiba, seja transformada em um abrigo para animais. Oliveira pede ainda que "um fiel seguidor de Deus ore" diante de sua sepultura "pedindo perdão" pelo que fez.
Baseado no conteúdo da carta, o porta-voz da PM, tenente-coronel Ibis Pereira, disse que o suspeito deveria ter um desvio de personalidade. "Ele era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa. Ele via nas crianças algo impuro. Só um desvio de personalidade explica um comportamento sociopata dessa natureza. Um ato de estupidez", afirmou Pereira.
A mãe de Oliveira sofria de esquizofrenia, segundo o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, Rodrigo Neves. Ele disse, entretanto, que Wellington não apresentou qualquer sinal de desequilíbrio mental no período em que estudou na escola, entre 1999 e 2002. 

Por Época