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Emprego cresce mais na faixa dos 50 anos

Aposentada há 15 anos, Vanete Ferraz Parente, 70 anos, trabalha em uma lanchonete de fast food, no Rio, e não cogita parar tão cedo.
Mariângela Mundim, 52 anos, gerente de Recursos Humanos da Petrobras, completou os 30 anos de contribuição para a Previdência, mas não pensa em encerrar sua carreira de executiva.
Elas ilustram um fenômeno que ganha força no mercado das seis maiores metrópoles do país: o crescimento mais acelerado do emprego na faixa dos 50 anos ou mais.
Em 2003, as pessoas nessa faixa representavam 16,7% do mercado. O percentual subiu para 21,8% na média do primeiro trimestre de 2011, segundo levantamento com base em dados do IBGE.
Dos 22,2 milhões de pessoas ocupadas na média do primeiro trimestre de 2011, 4,8 milhões estavam no topo da pirâmide etária.

Qualificação
 
Para especialistas, a mudança de perfil no mercado de trabalho é explicada pelo envelhecimento da população.
Outro fator é a falta de pessoas qualificadas em algumas áreas, o que faz empresas reterem profissionais em idade de aposentadoria.
Vanete Parente, que se aposentou como secretária e hoje trabalha no Bob's, diz que o ganho extra ajuda. "Me sinto muito jovem e disposta. Não gosto de ficar em casa."
Analistas apontam ainda a necessidade de complementar a renda familiar e as mudanças nas regras da Previdência, em especial o desconto no benefício para quem se aposenta jovem --o fator previdenciário, criado em 1999.
Como as pessoas ficam economicamente ativas por mais tempo, Thaíz Marzola Zara, economista da Rosenberg & Associados, sugere que é hora de repensar as regras de aposentadoria. Hoje, a norma determina 30 anos de contribuição mínima para mulheres e 35 anos para homens.

Por Folha