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Preço da gasolina poderá subir, diz Petrobras

A Petrobras mudou o discurso e considera aumentar os preços dos combustíveis. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, disse ontem que, se os valores do petróleo permanecerem no atual patamar, haverá reajuste.
Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia dito que a estatal não faria nenhuma alteração no preço.
Ontem, porém, Gabrielli se mostrou preocupado. "Caso se configure uma estabilização do petróleo no mercado internacional, nós teremos de alterar os preços do petróleo e de derivados no Brasil", disse.
"Mas ainda não está muito claro se os preços serão estabelecidos nesse patamar", ponderou, sem dar prazos para o possível aumento.
Apesar da afirmação de Gabrielli, Guido Mantega, ministro da Fazenda, negou que haverá reajuste. Durante entrevista para anunciar as medidas cambiais, o ministro foi questionado se estaria preocupado com o aumento.
"Eu não estou preocupado com a alta da gasolina porque não há alta de gasolina."
Os jornalistas então informaram ao ministro que a Petrobras sinalizou o reajuste. Ele, no entanto, insistiu em que não haveria aumento.
"Não há alta da gasolina no Brasil e não está prevista nenhuma alta", afirmou.
Ontem, o petróleo Brent fechou a US$ 122,30, alta de 22% em dois meses. "É uma variação muito grande", disse Sergio Gabrielli.
Na terça, a gasolina nas refinarias da Petrobras estava 15% mais barata que a vendido na Costa do Golfo, nos EUA --que é referência de mercado--, segundo a Tendências Consultoria.
Desde a última mudança de preço, em junho de 2009, os valores domésticos da gasolina estiveram 16% maiores que os externos, em média, segundo a Tendências.

Por Folha