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Barco que naufragou no lago Paranoá começa a ser periciado

O barco Imagination que naufragou no lago Paranoá, em Brasília, matando nove pessoas, entre elas um bebê, começou a ser periciado nessa sexta-feira. O acidente ocorreu no último dia 22 durante uma festa de confraternização. A embarcação foi içada do fundo do lago por meio de boia de flutuação, numa operação que durou cinco dias.
Hoje, o barco, após ser içado, virou, ficando apenas o casco fora da água, mas isso não impediu que a perícia começasse a ser feita.
"O que aconteceu foi uma reação não esperada dos balões, de oxigênio o que fez com que a embarcação virasse", disse a major Vanessa Signale, do Corpo de Bombeiros. Oito tubulões ou flutuadores ajudam o casco do barco a ficar na superfície para que os trabalhos da perícia não sejam interrompidos.
Após a perícia, que ainda não tem data definida para acabar, o Imagination será devolvido para o proprietário. "Após a perícia dos órgãos de segurança, a responsabilidade sobre o barco passa a ser do proprietário, é como se fosse um carro batido", disse a major.
Peritos da Marinha, vindos do Rio de Janeiro, também vão ajudar na perícia. Eles chegam na noite de hoje e, amanhã (31) pela manhã, começam a trabalhar.

VÍTIMAS
 
Ao todo, nove pessoas morreram em decorrência do naufrágio. A última vítima retirada do lago Paranoá, o garçom Hadnilton José de Oliveira, 31, foi achada na quarta-feira (25).
Um bebê de sete meses, primeira vítima confirmada da tragédia, foi identificado como João Antonio Fernandes Rocha. Resgatado ainda com vida, não resistiu e morreu.
O corpo da mãe do bebê, Valdelice de Souza Fernandes, 36, também foi localizado.
Outra vítima confirmada foi Flávia Daniela Pereira Dornel, 22, irmã da organizadora da festa que acontecia na embarcação.
Foram identificados ainda os corpos de Ester Araújo de Oliveira, 10; Vicente Carneiro de Sousa Neto, 36; Paulo de Mello, 39; Adail de Souza Borges, 45; e Robinson Araújo de Oliveira, 29.

INVESTIGAÇÃO
 
O "Imagination" havia partido de um clube e passava por outros recolhendo passageiros para uma festa. Ele enfrentou problemas quando passava próximo da ponte Juscelino Kubitschek.
De acordo com o relato de sobreviventes, o barco virou após uma lancha passar muito perto e provocar ondulações, mas as circunstâncias do acidente ainda estão sendo investigadas. O garçom Everaldo Sales da Silva, 43, negou que a lancha tenha provocado ondulações.
"Já ouvimos relatos de colisão, de problema, de explosão, mas isso é prematuro. Só teremos certeza com a perícia", afirmou o delegado titular do 10º DP, Adival Cardoso de Matos, que investiga o caso.
O comandante do barco, Airton da Silva Maciel, era habilitado para a função. Ele e o proprietário da embarcação foram ouvidos pela Polícia Civil e, segundo o delegado, afirmaram que o barco era legalizado.
Passageiros relataram que ninguém usava coletes salva-vidas. O comandante afirmou que foram entregues coletes assim que o problema começou, mas o barco submergiu muito rápido, o que teria dificultado a distribuição.

Por Folha