Christine Lagarde promete maior representação do Brasil no FMI
Cinco dias depois de lançar sua candidatura ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, desembarcou nesta segunda-feira em Brasília com a promessa de dar continuidade às reformas que devem aumentar a participação dos emergentes no corpo burocrático do órgão. Esta é uma das principais reinvindicações das nações que compõem o chamado grupo dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, e agora também África do Sul. Estes países têm criticado o histórico controle dos europeus sobre o cargo de diretor-gerente do Fundo, mas ainda não entraram em um consenso sobre qual candidato apoiar.
“Estou ligada às modificações de governança para permitir boa representatividade de todos os membros do FMI. Um grande país emergente como o Brasil deve ser mais bem representado. Existe uma reforma que teve início em 2008 e é preciso levá-la até o final. Rever a fórmula é uma necessidade sobre a qual eu recomendo”, disse. A candidata ao FMI falou com a imprensa após se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília.
A ministra francesa afirmou que escolheu o Brasil para dar um pontapé em sua campanha nos emergentes porque as propostas nacionais sempre são levadas em consideração no cenário internacional. Após visita ao país, Lagarde deve fazer um giro na China, Índia e em países da África.
Ela aproveitou o encontro para rebater a reivindicação de Mantega de que o FMI não deve ser presidido somente por um candidato europeu. O ministro brasileiro defende alternância na direção do órgão entre os desenvolvidos e os emergentes. “O fato de ser europeia e francesa não é um benefício, como não deve ser um inconveniente. Estou pessoalmente ligada à universalidade do FMI. Considero que ele não pertence a ninguém, mas à totalidade dos membros”, argumentou a economista.
Lagarde disse ainda que pretende rever as fórmulas da instituição não só em relação à nacionalidade, mas quanto ao gênero. O fato de ser mulher tem sido levado em consideração na decisão de alguns países, como os Estados Unidos, na defesa de sua candidatura.
Indefinição brasileira – Mantega, que também participou da coletiva, disse que o Brasil ainda não decidiu quem apoiará ao cargo de diretor-geral do FMI. “Vamos aguardar a apresentação dos candidatos. Depois de conversarmos com todos eles, o governo brasileiro tomará uma posição”. Ele defendeu que a escolha leve em consideração a qualidade dos candidatos, e não sua origem. “Essa regra de que o FMI deve ser dirigido por um europeu e o Banco Mundial por um americano está ultrapassada. A própria existência do G20 superou essa regra. A direção deve ser preenchida por pessoa de qualquer nacionalidade. O mais importante é a competência, a experiência e o compromisso com o andamento das reformas”, defendeu.
Mantega destacou que mandou uma carta a todos os ministros da economia do G-20 propondo que a escolha seja feita com base na meritocracia, e não na nacionalidade. O ministro da Fazenda acrescentou que os países emergentes devem estar na posição de protagonismo não só na direção-geral, mas também nos demais cargos do FMI. “Até o final de 2012, o Brasil passará para 2,3% de participação, saindo de 1,4%”, afirmou.
Candidaturas – O candidato mexicano, Agustín Casterns, presidente do Banco Central de seu país, seguirá o mesmo caminho de Christine Lagarde e deverá vir ao Brasil na próxima quarta-feira para conversar com o ministro da Fazenda. “Achamos positiva a apresentação de várias candidaturas porque mostra o espírito democrático”, disse Mantega.
Os postulantes ao cargo têm até 10 de junho para apresentarem candidatura. A decisão final sobre o nome do novo diretor será anunciada vinte dias depois. Lagarde é favorita à sucessão de seu compatriota Dominique Strauss-Kahn, depois que ele renunciou ao cargo diante da acusação de tentativa de estupro em Nova York.
Após a cúpula dos países do G8, ocorrida na última semana na cidade de Deauville, na França, a candidata europeia ganhou outros dois apoios de peso: Estados Unidos e Rússia. Na sexta-feira, último dia do encontro na França, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, confirmou que Christine é a candidata ideal para assumir o cargo – não só por seu currículo irrepreensível, mas também pelo fato de ser mulher.
“Estou ligada às modificações de governança para permitir boa representatividade de todos os membros do FMI. Um grande país emergente como o Brasil deve ser mais bem representado. Existe uma reforma que teve início em 2008 e é preciso levá-la até o final. Rever a fórmula é uma necessidade sobre a qual eu recomendo”, disse. A candidata ao FMI falou com a imprensa após se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília.
A ministra francesa afirmou que escolheu o Brasil para dar um pontapé em sua campanha nos emergentes porque as propostas nacionais sempre são levadas em consideração no cenário internacional. Após visita ao país, Lagarde deve fazer um giro na China, Índia e em países da África.
Ela aproveitou o encontro para rebater a reivindicação de Mantega de que o FMI não deve ser presidido somente por um candidato europeu. O ministro brasileiro defende alternância na direção do órgão entre os desenvolvidos e os emergentes. “O fato de ser europeia e francesa não é um benefício, como não deve ser um inconveniente. Estou pessoalmente ligada à universalidade do FMI. Considero que ele não pertence a ninguém, mas à totalidade dos membros”, argumentou a economista.
Lagarde disse ainda que pretende rever as fórmulas da instituição não só em relação à nacionalidade, mas quanto ao gênero. O fato de ser mulher tem sido levado em consideração na decisão de alguns países, como os Estados Unidos, na defesa de sua candidatura.
Indefinição brasileira – Mantega, que também participou da coletiva, disse que o Brasil ainda não decidiu quem apoiará ao cargo de diretor-geral do FMI. “Vamos aguardar a apresentação dos candidatos. Depois de conversarmos com todos eles, o governo brasileiro tomará uma posição”. Ele defendeu que a escolha leve em consideração a qualidade dos candidatos, e não sua origem. “Essa regra de que o FMI deve ser dirigido por um europeu e o Banco Mundial por um americano está ultrapassada. A própria existência do G20 superou essa regra. A direção deve ser preenchida por pessoa de qualquer nacionalidade. O mais importante é a competência, a experiência e o compromisso com o andamento das reformas”, defendeu.
Mantega destacou que mandou uma carta a todos os ministros da economia do G-20 propondo que a escolha seja feita com base na meritocracia, e não na nacionalidade. O ministro da Fazenda acrescentou que os países emergentes devem estar na posição de protagonismo não só na direção-geral, mas também nos demais cargos do FMI. “Até o final de 2012, o Brasil passará para 2,3% de participação, saindo de 1,4%”, afirmou.
Candidaturas – O candidato mexicano, Agustín Casterns, presidente do Banco Central de seu país, seguirá o mesmo caminho de Christine Lagarde e deverá vir ao Brasil na próxima quarta-feira para conversar com o ministro da Fazenda. “Achamos positiva a apresentação de várias candidaturas porque mostra o espírito democrático”, disse Mantega.
Os postulantes ao cargo têm até 10 de junho para apresentarem candidatura. A decisão final sobre o nome do novo diretor será anunciada vinte dias depois. Lagarde é favorita à sucessão de seu compatriota Dominique Strauss-Kahn, depois que ele renunciou ao cargo diante da acusação de tentativa de estupro em Nova York.
Após a cúpula dos países do G8, ocorrida na última semana na cidade de Deauville, na França, a candidata europeia ganhou outros dois apoios de peso: Estados Unidos e Rússia. Na sexta-feira, último dia do encontro na França, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, confirmou que Christine é a candidata ideal para assumir o cargo – não só por seu currículo irrepreensível, mas também pelo fato de ser mulher.
Por Veja