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Palocci pediu ajuda a ex-ministro Maílson para abrir consultoria

Antes de abrir sua consultoria econômica, Antonio Palocci procurou a consultoria Tendências para obter informações sobre como funcionava o mercado.
Segundo Nathan Blanche, sócio da Tendências, o encontro ocorreu cerca de um mês depois de Palocci deixar o Ministério da Fazenda, em março de 2006.
A consultoria recebeu Palocci mirando possíveis parcerias, conta Mailson da Nóbrega, também sócio da Tendências. Mas, segundo Blanche, a única que existiu foi a contratação de Palocci como palestrante em um evento em 2006, por R$ 9.385, já descontado o Imposto de Renda.
"Ele nos procurou para saber como funcionávamos. Abrimos para ele como a Tendências opera, inclusive abrindo a possibilidade de trabalhar em conjunto", contou Mailson, ex-ministro da Fazenda do governo Sarney.
A empresa passou a fornecer gratuitamente a Palocci seus relatórios macroeconômicos e setoriais --motivo pelo qual Palocci teria cobrado barato pela palestra.
Com a venda dos relatórios e outros serviços, a Tendências fatura de R$ 13 milhões a R$ 15 milhões por ano.
Quem intermediou o contato entre Palocci e a consultoria foi o ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy, conta Blanche.
Dentro da Tendências, houve até um estranhamento pela procura de um petista, já que a consultoria costuma ter opiniões econômicas distintas das do governo.

Por Folha