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Deputado que mostrou cueca em site nos EUA procura tratamento

O deputado democrata Anthony Weiner -- imerso em um escândalo político depois de admitir que enviou fotos suas de cueca e sem camisa no Twitter -- decidiu procurar ajuda profissional em um centro de tratamento, disseram neste sábado jornais americanos.
A porta-voz do deputado, Risa Heller, disse que ele "partiu esta manhã para procurar tratamento com ajuda profissional, com objetivo de se tornar um marido melhor e uma pessoa mais saudável".
A porta-voz acrescentou que o deputado vai pedir licença da função e não pedir demissão. Segundo ela, ele tomará uma decisão sobre sua vida política depois do tratamento.
Segundo o jornal "New York Times", Weiner planeja se internar em um centro de tratamento depois que os líderes do seu partido, incluindo a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, pediram que ele renunciasse para buscar ajuda psiquiátrica.

PRESSÃO
 
A líder democrata na Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, pediu neste sábado que o deputado também democrata Anthony Weiner renuncie.
"O deputado Weiner tem o amor da sua família, a confiança de seus eleitores e reconhece que precisa de ajuda", disse Pelosi. "Eu peço que ele procure ajuda sem a pressão de ser um deputado."
Weiner admitiu que mentiu sobre o episódio das fotos no Twitter. Sua primeira reação foi dizer que sua conta tinha sido invadida por hackers. Mas depois ele assumiu que enviou as imagens para diversas mulheres.
Em um pronunciamento na TV na quinta-feira, o deputado democrata anunciou a decisão de não renunciar ao cargo, apesar das crescentes pressões para que deixe o posto.
Uma das últimas a somar-se aos pedidos de renúncia foi a congressista democrata pela Pensilvânia (EUA) Allyson Schwartz, que em comunicado lembra Weiner, de seu mesmo partido político, que para os legisladores é 'fundamental' contar com o 'respeito' de seus eleitores.
O senador Mark Pryor e os congressistas Michael Michaud e Joe Donnelly também publicaram seus pedidos para que o colega deixe seu cargo, enquanto a líder da minoria democrata na Câmara.
Perante a chuva de críticas o congressista iniciou uma rodada de telefonemas com legisladores de seu partido para pedir desculpas pelo ocorrido e para transmitir que, em qualquer caso, não violou lei alguma e que, portanto, não tem intenção de renunciar, segundo detalharam na quinta-feira diversos jornais locais.

SITUAÇÃO DELICADA
 
A situação dele continua alvo de mais polêmicas com publicação de novas fotografias comprometedoras.
A fotografia foi reproduzida por sites como Hufftington Post e Gawker, embora o primeiro a publicar foi o blog do comentarista conservador Andre Breitbart, que assegurou que a imagem foi enviada por Weiner a uma das mulheres com as quais mantinha contato.
Na última segunda-feira, o congressista se viu obrigado a esclarecer o assunto frente à imprensa depois que o site RadarOnline.com publicou uma mensagem explicitamente sexual que ele supostamente enviou a uma mulher pelo Facebook.
Entre lágrimas, Weiner afirmou que a conversa foi feita exclusivamente através das redes sociais e que tem feito isso com seis mulheres diferentes nos últimos três anos, o que inclui também o período em que estava casado com Huma Abedin, uma assistente da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.
'Cometi erros terríveis que prejudicaram as pessoas que mais gosto, e sinto muito', disse nesta segunda-feira Weiner, que declarou estar 'envergonhado e humilhado'.
O congressista democrata afirmou, no entanto, que não renunciará ao seu posto como representante do distrito número 9 de Nova York porque 'não considera ter violado nenhuma lei, e nenhum juramento aos eleitores', embora tenha reconhecido que 'foi tolo ao tentar mentir, já que isso só levou a mais mentiras e a perguntas mais difíceis'.

Por Folha