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Deputados pedem chave do cofre a Ideli

Os líderes da base aliada da Câmara dos Deputados cobraram nesta terça-feira da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a liberação de metade das emendas parlamentares de 2011 até julho. As emendas costumam responder às cobranças de prefeitos para envio de recursos aos municípios.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou, após encontro no Palácio do Planalto, que as propostas orçamentárias devem ser respeitadas. “As emendas não são um estorvo e fazem parte do comportamento da Câmara e do Senado com o povo. Elas se inserem nos programas de governo que vêm sendo executados, como as obras para o PAC. O pedido é legítimo, não significa nenhuma pressão”.
Os deputados também cobraram maior proximidade de Ideli com a Câmara. “Falamos sobre a importância de se ter uma relação próxima e respeitosa com a base da Câmara”, disse Vaccarezza. Muitos parlamentares se irritaram porque a ministra faltou a um almoço com a base governista nesta terça-feira na casa do líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG). Ela estava em outro almoço, com senadores do PR e a presidente Dilma no Palácio da Alvorada. Enquanto isso, o antecessor de Ideli e atual ministro da Pesca, Luiz Sérgio, foi convocado para a reunião na residência de Portela.
Ideli também esteve com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixando clara sua prioridade aos senadores. Para desfazer o mal-estar, marcou uma reunião imediatamente com os deputados. Vacarreza, tentando amenizar, disse que já havia sido avisado sobre o compromisso da ministra e que a agenda de Ideli com a presidente Dilma é prioritária.
Logo no início da reunião com a ministra, Portela disse que queria "misturar o DNA da Câmara com o do Senado". Ela sorriu. Depois do encontro, o deputado negou que os líderes tenham colocado a "faca no pescoço" da ministra. Ideli foi atenciosa e disse aos deputados que cancelou suas viagens às festas juninas no Nordeste para poder atender aos parlamentares.

MP da Copa – Os líderes saíram do encontro com a promessa de aprovar nesta quarta-feira a medida provisória que flexibiliza as regras de licitações para obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O projeto pode abrir a porteira para irregularidades nas construções, como superfaturamento.
Os deputados disseram não ter tratado da negociação de cargos durante a reunião. "Essa discussão existe deste o ano passado e vai continuar. Mas essa função é da presidente Dilma", disse Vaccarezza.
Por Veja