Dilma assume articulação e diz ter 'afinidade com política'
BRASÍLIA - No momento em que realiza a primeira minirreforma ministerial para refazer pontes com partidos aliados e o Congresso, a presidente Dilma Rousseff deu nesta segunda-feira, 13, sinais claros de que vai dar início a uma nova forma de governar em que a política, e não mais só o perfil gerencial - que foi o norte da administração nos primeiros meses -, será preponderante. A presidente aproveitou a posse dos ministros das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Pesca, Luiz Sérgio, para informar que buscará consensos no Congresso e no Judiciário para aprovar propostas de interesse do governo.
"Do meu ponto de vista, não existe dicotomia entre um governo técnico e um governo político. Valorizo muito a capacidade técnica e a gestão eficiente, até porque nenhum país do mundo conseguiu um elevado padrão de desenvolvimento sem eficiência nas suas atividades governamentais e absorção das técnicas mais avançadas disponíveis. Mas, simultaneamente, tenho a convicção de que as decisões políticas constituem a base das opções governamentais", afirmou, numa clara tentativa de se afastar do perfil de "gerentona".
Lançando pontes de negociação sobre os outros Poderes, a presidente acrescentou: "A afinidade do meu governo com a política se manifesta no imenso respeito pelo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário".
Dilma Rousseff enfatizou que "o governo não é só o Poder Executivo, mas a ampla coalizão" que sua administração representa. Hoje, 15 partidos estão na base de apoio da presidente. Segundo ela, a continuidade de grandes transformações dependem "de negociação, articulação de interesses e capacidade de identificar afinidades e convergências onde, à primeira vista, só parece existir conflito e diferença".
Espera. O Congresso espera a retribuição das promessas de mudança da presidente na articulação política em forma de cargos e emendas parlamentares. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), elogiou o discurso de Dilma. E fez cobranças para a manutenção do clima de paz. "De urgente temos de ver a liberação das emendas dos parlamentares e as nomeações para o segundo e terceiro escalões com os nomes oferecidos pelos partidos aliados."
A retomada das nomeações de aliados começou na sexta-feira, quando Dilma Rousseff atendeu aos pedidos do PSB, PT e PMDB e pôs Jurandir Santiago na presidência do Banco do Nordeste.
Vaccarezza chegou a ser apontado por uma ala do PT como o preferido para ocupar a vaga do ex-coordenador político Luiz Sérgio. Mas Dilma não se interessou pela proposta. Ao contrário. Para dar uma lição ao PT, nomeou a então ministra da Pesca Ideli Salvatti para a coordenação política e, no lugar dela, levou o isolado Luiz Sérgio, que sem poder para negociar foi fritado pelo próprio partido.
Mesmo fora do ministério, Vaccarezza prometeu fidelidade à presidente. "Sou líder, e meu dever é defender o governo; o faria também se estivesse apenas na condição de deputado, como soldado que sou do governo."
Articuladora. A própria presidente Dilma Rousseff comandará a articulação política, de acordo com informação da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Em entrevista publicada domingo na Gazeta do Povo, de Curitiba, a ministra informou também que, ao convidá-la para a Casa Civil, na semana passada, Dilma disse que quer, a partir de agora, mudar a forma de atuação da Casa Civil.
Significa que, ao contrário dos cinco meses e sete dias em que Antonio Palocci esteve à frente da pasta, a Casa Civil não se envolverá diretamente com a coordenação política. "Não quero você nas articulações da política", foi o que Dilma disse a Gleisi, de acordo com relato da própria ministra. "Ela quer que eu faça política de gestão, para dentro do próprio governo", afirmou.
"Do meu ponto de vista, não existe dicotomia entre um governo técnico e um governo político. Valorizo muito a capacidade técnica e a gestão eficiente, até porque nenhum país do mundo conseguiu um elevado padrão de desenvolvimento sem eficiência nas suas atividades governamentais e absorção das técnicas mais avançadas disponíveis. Mas, simultaneamente, tenho a convicção de que as decisões políticas constituem a base das opções governamentais", afirmou, numa clara tentativa de se afastar do perfil de "gerentona".
Lançando pontes de negociação sobre os outros Poderes, a presidente acrescentou: "A afinidade do meu governo com a política se manifesta no imenso respeito pelo Congresso Nacional e pelo Poder Judiciário".
Dilma Rousseff enfatizou que "o governo não é só o Poder Executivo, mas a ampla coalizão" que sua administração representa. Hoje, 15 partidos estão na base de apoio da presidente. Segundo ela, a continuidade de grandes transformações dependem "de negociação, articulação de interesses e capacidade de identificar afinidades e convergências onde, à primeira vista, só parece existir conflito e diferença".
Espera. O Congresso espera a retribuição das promessas de mudança da presidente na articulação política em forma de cargos e emendas parlamentares. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), elogiou o discurso de Dilma. E fez cobranças para a manutenção do clima de paz. "De urgente temos de ver a liberação das emendas dos parlamentares e as nomeações para o segundo e terceiro escalões com os nomes oferecidos pelos partidos aliados."
A retomada das nomeações de aliados começou na sexta-feira, quando Dilma Rousseff atendeu aos pedidos do PSB, PT e PMDB e pôs Jurandir Santiago na presidência do Banco do Nordeste.
Vaccarezza chegou a ser apontado por uma ala do PT como o preferido para ocupar a vaga do ex-coordenador político Luiz Sérgio. Mas Dilma não se interessou pela proposta. Ao contrário. Para dar uma lição ao PT, nomeou a então ministra da Pesca Ideli Salvatti para a coordenação política e, no lugar dela, levou o isolado Luiz Sérgio, que sem poder para negociar foi fritado pelo próprio partido.
Mesmo fora do ministério, Vaccarezza prometeu fidelidade à presidente. "Sou líder, e meu dever é defender o governo; o faria também se estivesse apenas na condição de deputado, como soldado que sou do governo."
Articuladora. A própria presidente Dilma Rousseff comandará a articulação política, de acordo com informação da nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Em entrevista publicada domingo na Gazeta do Povo, de Curitiba, a ministra informou também que, ao convidá-la para a Casa Civil, na semana passada, Dilma disse que quer, a partir de agora, mudar a forma de atuação da Casa Civil.
Significa que, ao contrário dos cinco meses e sete dias em que Antonio Palocci esteve à frente da pasta, a Casa Civil não se envolverá diretamente com a coordenação política. "Não quero você nas articulações da política", foi o que Dilma disse a Gleisi, de acordo com relato da própria ministra. "Ela quer que eu faça política de gestão, para dentro do próprio governo", afirmou.
Por Estadão