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Dilma decide ouvir Lula sobre destino de Palocci

BRASÍLIA -- A presidente Dilma Rousseff vai consultar a opinião de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de outros aliados antes de decidir se demite ou se mantém o ministro Antonio Palocci (PT) na Casa Civil.
Lula chegou na sexta-feira ao Brasil, depois de uma viagem para Cuba e Venezuela. Ele e Dilma tinham combinado conversar durante o fim de semana, algo que tem se tornado rotineiro.
No Palácio do Planalto, a avaliação geral é de que as entrevistas de Palocci ao jornal "Folha de S.Paulo" e ao "Jornal Nacional", da TV Globo, foram dadas tarde demais. Por essa razão, o impacto seria insuficiente para anular a crise política que se formou no governo nas últimas três semanas.
A "Folha de S.Paulo" revelou, em 15 de maio, que Palocci multiplicou seu patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos. Em 2010, ele faturou R$ 20 milhões com uma empresa de consultoria, a Projeto. O ministro se recusa a revelar a identidade de seus clientes e os detalhes sobre os serviços que prestava.
Nas entrevistas que concedeu anteontem, Palocci reafirmou ter pagado os impostos e disse que não operou ilegalmente em favor de interesses privados com o governo.

Estratégia de defesa
 
Na noite de sexta-feira, Palocci conversou brevemente com a presidente Dilma Rousseff sobre o conteúdo das entrevistas. Ontem, o titular da Casa Civil estava em São Paulo, cidade onde vive.
A presidente Dilma ficou satisfeita por Palocci ter deixado claro na entrevista publicada ontem pela "Folha de S.Paulo" que ela não foi informada de detalhes sobre suas atividades como consultor de empresas. O temor é de que a crise passe a corroer a imagem da presidente.

Por Folha