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De Miami, investigado em operação da PF nega ser foragido

Considerado foragido pela Polícia Federal, o empresário Humberto Silva Gomes afirmou que voltará na próxima quarta-feira, às 20h30, ao Brasil para prestar depoimento sobre seu suposto envolvimento no esquema de desvios em um convênio do Ministério do Turismo.
Jornalista, Humberto mantém um blog na internet e disse que está em Miami para formalizar a venda de um carro que comprou nos EUA quando estudava inglês em Los Angeles.
A informação sobre a volta do empresário foi publicada na edição de hoje da Folha. Ele confirmou hoje à reportagem, por e-mail, ser o autor do blog.
Ele diz ter viajado para o exterior na véspera do estouro da Operação Voucher da PF. "Comprei minha passagem no dia 2 de agosto (uma semana antes da operação da Policial Federal)", escreveu no blog.
Humberto teve a prisão preventiva decretada e foi incluído na chamada "lista vermelha" da Interpol como foragido, o que ele nega.
"Continuam a bombardear meu nome com o rótulo de fugitivo internacional e mentor de licitações fraudulentas."
Humberto é sócio da Barbalho Reis Consultoria, empresa que, segundo a PF, teria sido usada para desviar R$ 3 milhões de um convênio com o Turismo como subcontrada da ONG Ibrasi.
A ONG Ibrasi foi destinatária de R$ 4,4 milhões do Turismo por meio de emenda da deputada Fátima Pelaes (PMDB -AP).
O irmão de Humberto, Hugoi Leonardo Gomes da Silva, sócio da Sinc Recursos Humanos, outra empresa investigada. Hugo Leonardo também estava preso no Amapá.
Dos EUA, Humberto criticou a divulgação de trechos de suas conversas gravadas na operação da PF, segundo ele, "editadas, o que leva a diversas interpretações".
"Os responsáveis pela divulgação deveriam liberar todo o conteúdo sem que assim sejamos julgados antecipadamente", escreveu.
"A respeito ainda dos contratos firmados entre a minha empresa, Barbalho Reis, e do meu irmão, Sinc Recursos Humanos, afirmo que honramos com todas as etapas e entregamos todos os produtos. Minhas contas bancárias e contratos estão à disposição da Justiça", postou em seu blog.
E concluiu: "Vou responder pelos meus erros, não pelo dos outros".

Por Folha