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Lavagem no Planalto

Diante da avalanche de denúncias no Ministério dos Transportes e agora no Ministério da Agricultura, é preciso reconhecer o esforço da presidente Dilma em conter a corrupção no governo. Somente as denúncias no MT já resultaram no afastamento ou demissão de 21 pessoas. Uma verdadeira faxina que tem incomodado o próprio Partido dos Trabalhadores. E olha que esse reconhecimento não parte apenas da minha humilde pessoa, mas também do nosso ex presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou está semana que seria um erro o PSDB não reconhecer o esforço.
A declaração de FHC, contrasta com uma recente declaração do também ex presidente, Lula, que comparou a oposição ao governo Dilma com um jogador de futebol: “Oposição é como jogador no banco de reservas. Torce para o titular quebrar a perna”. Prefiro ficar com a ideia de que o petista nada entende de futebol, só vermos o time que o mesmo torce.
Brincadeiras a parte, voltemos a uma breve análise sobre as sucessivas crises no planalto, que tem tirado o sono dos dirigentes petistas e que de certa tentam colocar manos quentes na situação. Mas não é o que a presidente Dilma aparenta querer. Navegando em mares tortuosos, a presidente Dilma parece disposta a realizar uma verdadeira faxina no governo contra a corrupção e a demissão de dois ministros, Antonio Palocci (Casa Civil) e Alfredo Nascimento (Transportes), mostram que a limpeza começa por cima, como deve ser. Com tudo isso, hoje há quem diga que Dilma está sendo melhor presidente do que foi candidata.
Todavia, algumas decisões da presidente não têm agrado em nada alguns petistas e que até chegam a ser contra a “faxina” que a mesma realiza no governo. Tal reação, nos deixa em dúvida, se caso as denúncias fossem no Governo Lula, o mesmo não teria outra reação. Ou seja, o que tem aparentado é que em outros tempos, esses esquemas de corrupção teriam sido tratados de forma mais branda e nada que um pano quente não resolvesse.
O que os petistas não aceitam e observam preocupados é a exposição do caso e uma possível ligação do “esquemão” no Ministério dos Transportes, com o governo do intocável Luiz Inácio. Entretanto só sendo muito ingênuo, para não conseguir entender que a sujeira já estava enraizada no Planalto desde o governo Lula. Sabe-se que mais do que uma faxina, existem “cantos” do governo que precisa de uma verdadeira lavagem, onde a ingerência política contamina a gestão. São órgãos estratégicos que protagonizam disputas políticas, e sabendo disso, a presidente tem tentado segurar as indicações políticas até agora. É um verdadeiro câncer na estrutura governamental e de difícil controle.
Toda essa “historinha” de corrupção, esquemas no governo, não são novidades no Brasil. A corrupção no país já está tão forte, enraizada, que o não cumprimento das leis e a falta de valores humanos, substituem qualquer valor ético. E o combate a essa doença, não pode ter partido, não pode ter dois lados, mas sim, tem que ter a união e a vontade de fazer do Brasil um país mais justo e sério.