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Para Mantega, país não precisa de novas medidas contra crise

Prestes a embarcar para o Brasil um dia antes do previsto para se reunir com a presidente Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que "não há necessidade" de o país tomar novas medidas contra as turbulências econômicas.
Mas, afirmou, prefere estar no país caso haja "alguma volatilidade do mercado" e decisões sejam necessárias.
Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foram a Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional, que acaba neste domingo (25).
"Precisamos estar [no Brasil] porque, se houver alguma volatilidade maior em algum mercado, nós temos de tomar decisões", disse ele.
Na quinta, o BC vendeu swaps cambiais --contratos que funcionam como compra futura de dólar-- a investidores que, antes apostando na queda da moeda americana, queriam mudar sua posição no mercado de derivativos.
Para Mantega, foi essa a pressão sobre a cotação.
"Tudo funcionou adequadamente, mas é melhor estar presente, caso seja necessário", afirmou, acrescentando que, a seu ver, a situação no país "está calma".
Após meses de forte entrada de dólares no país, o fluxo diminuiu drasticamente neste mês, com o agravamento da crise internacional. A cotação da moeda americana saltou 15% ante o real.
Na sexta, o dólar fechou a R$ 1,829, patamar que o ministro considera "tranquilo".
Ainda assim, Mantega voltou a insistir que o Brasil não precisa tomar medidas "além das que já está tomando" e reafirmou a necessidade de prosseguir com a consolidação fiscal. A menos, ressaltou, que a crise se agrave.
A dívida da Grécia, da Itália, da Irlanda, de Portugal e da Espanha é o epicentro das turbulências atuais, que abatem uma economia global já enfraquecida.
O FMI instou os Parlamentos dos 17 países da zona do euro a aprovarem o plano de socorro à Grécia fechado em julho --Mantega disse que a data-limite com que se trabalha é 14 de outubro.
Caso isso não ocorra, a crise de confiança se ampliará, agravando o cenário.

Por Folha