Alvaro Dias: discurso anti-imprensa 'perde força'
O vazamento do inquérito da operação Monte Carlo
comprova que o suposto conluio entre a imprensa e a quadrilha do
contraventor Carlinhos Cachoeira nunca passou de uma invenção de grupos
hostis à liberdade de expressão – o que inclui setores do PT e seus
aliados. A íntegra das investigações reforça o óbvio: o jornalismo
investigativo cumpriu o seu papel sem se sujeitar à máfia.
Em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, o senador Demóstenes Torres diz a Cachoeira que tentará esvaziar os efeitos de uma reportagem de VEJA sobre a empresa Delta, publicada há cerca de um ano. O senador diz que o assunto vai esquentar no Congresso. Afirma que alguns colegas, como Alvaro Dias (PSDB-PR), já tentavam levar os representantes da construtora para falar ao Congresso.
O trecho revela que a quadrilha e seu mais fiel aliado político foram atingidos pela denúncia contra a companhia, que atuava como um braço da máfia, e tentaram minimizar o estrago e esvaziar o discurso da própria oposição. Em uma segunda conversa, dias depois, Demóstenes afirma ter cumprido o objetivo. Eis a transcricão feita pela Polícia Federal: "Ah num deu em nada não cê viu né? Eu arrumei um… uma maneira de fragilizar o discurso".
O senador Alvaro Dias afirmou neste sábado ao site de VEJA que as revelações do inquérito devem amenizar o ímpeto dos parlamentares que pretendiam usar a CPI do Cachoeira para agredir a imprensa: "Agora esse discurso perde força. Mas que houve uma tentativa de avançar sobre a imprensa, houve". Ele chama de "fascista" a ofensiva sobre os meios de comunicação e diz que a explicação para o rancor está clara: "São os adeptdos do mensalão tentando se vingar dos algozes deles".
Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR) também acredita que o vazamento do inquérito deve colaborar para desmoralizar o discurso anti-imprensa. "Da nossa parte, isso não vai prosperar. É um vezo autoritário, uma tentativa de constranger o jornalismo investigativo", afirma. O parlamentar diz que os ataques aos meios de comunicação são uma tentativa de tirar o foco do essencial: as ramificações políticas da quadrilha de Cachoeira.
Jogo duplo – Na conversa com o contraventor, Demóstenes revelou preocupação com a cobrança feita pelos oposicionistas depois da reportagem de VEJA: "Estou te ligando por isso, avisar o pessoal que está todo mundo em cima, Alvaro Dias, não sei que..."
Mencionado na conversa, o senador Alvaro Dias conta que, na época, a estratégia de Demóstenes não ficou clara. Mas ele diz ter notado, mais de uma vez, um comportamento intrigante no colega: "Ele avançava e recuava. Batia onde podia e recuava em outras situações. Agora é que a gente começa a entender", diz ele.
Em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, o senador Demóstenes Torres diz a Cachoeira que tentará esvaziar os efeitos de uma reportagem de VEJA sobre a empresa Delta, publicada há cerca de um ano. O senador diz que o assunto vai esquentar no Congresso. Afirma que alguns colegas, como Alvaro Dias (PSDB-PR), já tentavam levar os representantes da construtora para falar ao Congresso.
O trecho revela que a quadrilha e seu mais fiel aliado político foram atingidos pela denúncia contra a companhia, que atuava como um braço da máfia, e tentaram minimizar o estrago e esvaziar o discurso da própria oposição. Em uma segunda conversa, dias depois, Demóstenes afirma ter cumprido o objetivo. Eis a transcricão feita pela Polícia Federal: "Ah num deu em nada não cê viu né? Eu arrumei um… uma maneira de fragilizar o discurso".
O senador Alvaro Dias afirmou neste sábado ao site de VEJA que as revelações do inquérito devem amenizar o ímpeto dos parlamentares que pretendiam usar a CPI do Cachoeira para agredir a imprensa: "Agora esse discurso perde força. Mas que houve uma tentativa de avançar sobre a imprensa, houve". Ele chama de "fascista" a ofensiva sobre os meios de comunicação e diz que a explicação para o rancor está clara: "São os adeptdos do mensalão tentando se vingar dos algozes deles".
Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR) também acredita que o vazamento do inquérito deve colaborar para desmoralizar o discurso anti-imprensa. "Da nossa parte, isso não vai prosperar. É um vezo autoritário, uma tentativa de constranger o jornalismo investigativo", afirma. O parlamentar diz que os ataques aos meios de comunicação são uma tentativa de tirar o foco do essencial: as ramificações políticas da quadrilha de Cachoeira.
Jogo duplo – Na conversa com o contraventor, Demóstenes revelou preocupação com a cobrança feita pelos oposicionistas depois da reportagem de VEJA: "Estou te ligando por isso, avisar o pessoal que está todo mundo em cima, Alvaro Dias, não sei que..."
Mencionado na conversa, o senador Alvaro Dias conta que, na época, a estratégia de Demóstenes não ficou clara. Mas ele diz ter notado, mais de uma vez, um comportamento intrigante no colega: "Ele avançava e recuava. Batia onde podia e recuava em outras situações. Agora é que a gente começa a entender", diz ele.
Por Veja