Universidades de São Paulo descartam cotas
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das
cotas raciais, a Universidade de São Paulo (USP) não pretende adotar o
sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas
afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o
assunto só foi abordado de forma marginal durante debate para reforma
do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição.
As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp)
também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp
defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de
inclusão - sem, no entanto, reservar vagas.
A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as
três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá
ser protocolado até o dia 11 de maio.
A USP não informou a quantidade de negros matriculados. A universidade
mantém o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que dá bônus no
vestibular a estudantes da rede pública. Neste ano, 28% dos novos alunos
vieram de escolas públicas.
Apesar de não adotar reserva de vagas, a Unicamp é a única que tem
benefício específico para pretos, pardos e indígenas. Eles chegam a
receber 7% de bônus na nota, cerca de 2 pontos porcentuais a mais que
alunos de escola pública - também beneficiados.
A Unesp também não soube informar a participação de negros entre os
matriculados. A instituição foi a que mais incluiu alunos de escolas
públicas: 41%.
Por Época