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Evo Morales expropria filial da Red de Eléctrica Española

Transportadora de Electricidad, filial da operadora de rede de energia elétrica Red Eléctrica Española (REE) no país, e ordenou que as Forças Armadas bolivianas ocupem as instalações da sede da companhia, em Cochabamba.
"Hoje, como nós homenageamos aos trabalhadores e aos (cidadãos) da Bolívia que lutaram para a recuperação dos recursos naturais e serviços básicos, nós estamos nacionalizando a provedora de transmissão de energia elétrica", disse Morales no palácio do governo na capital boliviana de La Paz, antes de seguir para Cochabamba. "Em 16 anos, a empresa privada investiu somente US$ 5 milhões ao ano", afirmou.
De todo o faturamento da REE, apenas 3% provêm de suas atividades internacionais, sendo que os negócios na Bolívia correspondem a metade desse percentual.
Apesar de Morales ter feito o anúncio da expropriação em um dia para homenagear os trabalhadores, ele ocorre em um dos  momentos de maior tensão social desde o início de sua gestão, em 2006. Nesta terça, repetiram-se os protestos pelas ruas do país, de trabalhadores gritando por melhores salários. E médicos e outros profissionais da saúde estão em greve há 34 dias. Em meio ao crescente descontentamento popular, que começa a envolver também a população indígena, o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, mobiliza-se para tentar garantir o terceiro mandato ao presidente, a partir de 2014.
Uma porta-voz do governo espanhol procurada pela agência Dow Jones disse que a Espanha está analisando a situação de perto e poderá divulgar um comunicado em breve.
A expropriação dos ativos da Red Eléctrica na Bolívia ocorre duas semanas após a Argentina anunciar a expropriação da YPF, unidade da espanhola Repsol no país. Em 16 de abril, a participação da Repsol na YPF foi reduzida de 51% para 6,4%.

Por Época