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No Afeganistão, Obama diz que está próximo de acabar com Al Qaeda

Em viagem surpresa ao Afeganistão, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um pronunciamento na noite desta terça-feira para os americanos direto da Base Aérea de Bargram.
Um ano após a morte de Osama Bin Laden, Obama disse que a guerra não teve como objetivo "construir um país a imagem dos EUA, mas sim destruir a Al Qaeda, o que estamos conseguindo".
Ele disse que o objetivo também era destruir a sede da Al Qaeda no Afeganistão para que não pudessem mais usar esse país como base para atacar os EUA.
Obama lembrou que "nos últimos três anos devastamos a liderança da Al Qaeda, capturando 20 de 30 líderes (...) e matamos Bin Laden" e prometeu "um novo tipo de relação entre nossos países".
Ele explicou como seria o fim da missão, com a transição da liderança americana para as forças de segurança afegãs e a retirada de mais 23 mil soldados que, somado aos 10 mil retirados em 2011, representa a saida de 33 mil oficiais que foram enviados no fim de 2009, quando a administração dos decidiu mudar o foco do Iraque para o Afeganistão.
A retirada das tropas, segundo Obama, seria realizada até 2014, para evitar que os esforços não fossem perdidos.
Ele também admitiu negociar com o Taleban como força política desde que deixassem de apoiar a Al Qaeda e respeitassem as leis afegãs.
Aos americanos disse que não ficaria no país um dia a mais do que o necessário para a segurança dos EUA, mas que iria " terminar o que começamos".
"Nossas tropas fizeram o que tiveram o que fazer. (...) Daremos o suporte a eles e a família", disse Obama.
 
VIAGEM SURPRESA
 
O presidente partiu de Washington no mais absoluto segredo e aterrissou em Bagram, onde foi recebido, entre outros, pelo embaixador dos EUA no Afeganistão, Ryan Crocker, e pelo vice-comandante das forças americanas nesse país, o tenente-general Mike Scaparotti.
A visita do presidente ao Afeganistão, a terceira de seu mandato, aconteceu no primeiro aniversário da morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, em uma operação de comandos americanos na residência deste em Abbottabad, no Paquistão.
A campanha eleitoral de Obama dá grande destaque à morte de Bin Laden, o mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 que culminaram na guerra do Afeganistão, e a visita do presidente ao país nesta data simbólica irá reforçar essa mensagem.
Os republicanos têm criticado essa postura e dizem que Obama tem politizado a morte de Bin Laden.

Por Folha