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Funcionário-fantasma, filho de vice de Agnelo perde cargo

O gabinete do deputado Pedro Chaves (PMDB-GO) exonerou o filho do vice-governador do Distrito Federal, que era funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados. No começo do mês, o site de VEJA mostrou que Bruno Ervilha Filippelli, herdeiro de Tadeu Filippelli (PMDB), vice do petista Agnelo Queiroz, deveria dar expediente no escritório do parlamentar em Brasília. Contudo, apesar de receber cerca de 10 000 reais por mês em salários, passava o dia na empresa da qual é sócio, a Aerochannel.
Depois da publicação da reportagem, Bruno negou a irregularidade. A assessoria de Pedro Chaves afirmou que o filho do vice-governador de fato trabalhava, prestando "serviços externos junto a órgãos federais". O fato é que, discretamente, o parlamentar decidiu exonerar o funcionário. Segundo o gabinete, a decisão foi oficializada em 5 de julho. Bruno Filippelli teria pedido para sair do cargo com o objetivo de evitar outras repercussões negativas por não ter retomado o posto depois de seu casamento.
Em 7 de junho, Bruno se casou em uma festa milionária realizada em um castelo nas imediações de Roma, na Itália. Três dias antes, ele havia entrado oficialmente de férias do cargo na Câmara. Deveria ter retornado ao trabalho no dia 25, mas não apareceu. 
Bruno Filippelli é servidor concursado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, mas foi cedido à Câmara no ano passado a pedido de Pedro Chaves. Com isso, ele manteve o salário-base do cargo original e foi beneficiado com uma gratificação da Câmara. Sem a obrigação de prestar contas de sua presença, ficava livre para embolsar o salário enquanto se dedicava às atividades empresariais.
Os 19 dias de férias em junho, aliás, não foram os únicos em 2012. Bruno ficou oficialmente fora do trabalho pela Câmara entre os dias 5 de janeiro e 3 de fevereiro. Antes disso, mais repouso: de 6 a 20 de dezembro do ano passado. Em sete meses, o filho do vice-governador tirou 64 dias de férias.

Por Veja