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Governo reduz previsão de alta do PIB de 4,5% para 3%

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão anunciou, nesta sexta-feira (20), que a previsão oficial do Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 4,5% para 3%. O número consta no relatório bimestral de receitas e despesas do Orçamento de 2012.
Em 2011, a expansão do PIB, índice que representa a soma de todas as riquezas produzidas no país, foi de 2,7%.
Segundo o relatório, o corte nas estimativas ocorre em meio a efeitos da crise mundial. “No cenário internacional, as mais recentes decisões dos líderes europeus afastaram a possibilidade de uma crise bancária no curto prazo, mas a falta de crescimento e o encolhimento do comércio continuam a predominar nas economias avançadas”, diz o texto.
Os números do Executivo são mais otimistas que o do Banco Central. No Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho, a autoridade monetária projeta que o PIB crescerá apenas 2,5% em 2012. Em relação ao IPCA, o Banco Central também prevê que a inflação oficial encerrará o ano em 4,7%.
O documento divulgado hoje, que é feito com base em dados do Ministério da Fazenda, indica ainda a manutenção da projeção de inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,7%.
Por causa da depreciação do real nos últimos meses, o relatório também trouxe ajustes em relação às estimativas para o câmbio. De acordo com o relatório, o dólar fechará o ano em R$ 1,95, ante R$ 1,76 projetados anteriormente. A inflação pelo IGP-DI, índice da Fundação Getulio Vargas influenciado por preços no atacado e pelo câmbio, atingirá 6,19%, ante 4,9% previstos no documento anterior.

Retomada

De acordo com o texto do Planejamento, o Brasil “está preparado e em melhor situação relativa aos países centrais e mesmo ao próprio evento da crise em 2008 e 2009”. E a retomada do crescimento deve ocorrer de “maneira gradual, visto que diversas medidas de estímulo adotadas pelo governo brasileiro ainda não afetaram plenamente a atividade econômica”.
Para estimular a economia, uma das ações tomadas foi a redução da taxa básica de juros (Selic), que já era a mais baixa da história. Ela passou de 8,5% para 8% ao ano.
Em junho, o governo anunciou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Equipamentos, que deve investir R$ 8,43 bilhões em equipamentos, como caminhões, retroescavadeiras e trens urbanos. Foi anunciada ainda a liberação de R$ 20 bilhões em créditos para os Estados.
Outra medida foi a prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os setores de linha branca e móveis por mais três meses.

Por Época