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Equador anuncia destino de Julian Assange hoje

A longa luta de Julian Assange contra a extradição terá um capítulo decisivo na manhã desta quinta-feira, quando o governo do Equador vai anunciar às 9h da manhã de Brasília sua decisão sobre o pedido de asilo político feito pelo fundador do Wikileaks. A informação veio do minsitro das relações exteriores do país sul-americano, Ricardo Patiño, que concedeu uma entrevista coletiva em Quito na quarta-feira. Na ocasião, o diplomata acusou a Grã-Bretanha de ameaçar invadir a embaixada para prender o empresário australiano. 
Assange está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho, quando perdeu uma batalha legal na Grã-Bretanha, que deu sinal verde para sua extradição à Suécia, onde o empresário australiano enfrenta denúncias de agressão sexual. Assange nega as acusações e afirma que é perseguido por motivos políticos. Seu maior temor é uma eventual extradição para os Estados Unidos, onde enfrentaria acusações que poderiam levá-lo à pena de morte. O ciberativista provocou a ira dos EUA quando divulgou e-mails secretos do exército americano em 2010.

Crise diplomática - Na coletiva de quarta, Patiño afirmou estar chocado com a atitude do governo britânico. "Hoje recebemos por parte da Grã-Bretanha uma ameaça expressa e por escrito de que poderão invadir nossa embaixada em Londres caso o Equador não entregue Julian Assange", relatou o chanceler, visivelmente irritado. “Nós não somos uma colônia britânica”, decretou ele, acrescentando que a entrada não autorizada na embaixada seria uma violação de tratados internacionais. Em tom de ameaça, o diplomata disse que a invasão seria um "ato hostil" da Grã-Bretanha contra a soberania do Equador.
Em resposta às acusações de Patiño, um porta-voz do Foreign Office, orgão do governo britânico responsável pelas relações exteriores, afirmou que a Grã-Bretanha apenas "esclareceu" ao Equador a sua posição em relação às leis internacionais. "Entre elas as garantias sobre os direitos humanos em nossos processos de extradição e o status legal das sedes diplomáticas", em referência à uma lei de 1987 que permite, em certas condições, suspender a imunidade de uma embaixada, o que possibilitaria a entrada da polícia para efetuar a prisão de Assange.

Por Veja