Consultor liga esquema da Casa Civil a contas no exterior
O esquema de favorecimento a empresas privadas que causou a demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, contava com duas contas bancárias no exterior para receber o dinheiro arrecadado com contratos de intermediação de negócios com o governo federal. As contas estão em nome de empresas em Hong Kong, região administrativa especial da China. Segundo empresários de Campinas (SP), elas foram indicadas para o depósito de R$ 5 milhões para cobrir dívidas de campanha eleitoral.
A EDRB do Brasil diz que deveria pagar o valor para ter liberado um financiamento no BNDES. Como a Folha revelou no último dia 16, a Capital, consultoria de lobby dos filhos de Erenice, intermediou o contrato. O consultor Rubnei Quícoli, parceiro da EDRB num projeto de usina solar no Nordeste, e um dos dois donos da EDRB, Aldo Wagner, disseram à Folha que foram recebidos por Erenice em audiência na sede da Presidência da República para discutir o projeto --Erenice alegou que não foi à reunião, registrada na agenda oficial da Casa Civil.
A denúncia levou à queda da ministra no mesmo dia em que foi divulgada pela Folha. De acordo com os papeis, a Capital pediu R$ 240 mil em seis parcelas mais 5% sobre o total a ser liberado pelo banco. A EDRB pretendia obter R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas.
A EDRB não fez os pagamentos, pedidos pela primeira vez em dezembro. Entre janeiro e fevereiro, o consultor enviou e-mails em tom ameaçador para a Capital e alertou a Casa Civil sobre a cobrança indevida. As conversas entre os dois lados, contudo, continuaram. Entre fevereiro e março, segundo o consultor, o ex-diretor dos Correios Marco Antônio Oliveira levantou a necessidade do pagamento de um bônus extra de R$ 5 milhões, que seriam usados para cobrir 'uma dívida' ligada à campanha da presidenciável Dilma Rousseff. O PT negou e ameaçou interpelar Quícoli.
Marco Antonio é tio de um dos sócios da Capital, Vinícius Castro, servidor da Casa Civil que também foi demitido neste mês. Num primeiro momento, como a Folha revelou em 16 de setembro, os lobistas da Capital sugeriram a Quícoli que o depósito dos R$ 5 milhões fosse feito na conta de outra consultoria de Brasília (a Synergy), no Banco do Brasil. Não houve acordo. O que não se sabia é que, em maio, as conversas foram retomadas. Quícoli disse que lhe foi sugerida uma segunda possibilidade: depósitos em duas contas registradas na agência do banco HSBC em Hong Kong.
A Folha apurou que as contas existem e que houve reuniões para discutir a remessa do dinheiro, embora ainda não esteja confirmado o uso eleitoral desse dinheiro.
A EDRB do Brasil diz que deveria pagar o valor para ter liberado um financiamento no BNDES. Como a Folha revelou no último dia 16, a Capital, consultoria de lobby dos filhos de Erenice, intermediou o contrato. O consultor Rubnei Quícoli, parceiro da EDRB num projeto de usina solar no Nordeste, e um dos dois donos da EDRB, Aldo Wagner, disseram à Folha que foram recebidos por Erenice em audiência na sede da Presidência da República para discutir o projeto --Erenice alegou que não foi à reunião, registrada na agenda oficial da Casa Civil.
A denúncia levou à queda da ministra no mesmo dia em que foi divulgada pela Folha. De acordo com os papeis, a Capital pediu R$ 240 mil em seis parcelas mais 5% sobre o total a ser liberado pelo banco. A EDRB pretendia obter R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas.
A EDRB não fez os pagamentos, pedidos pela primeira vez em dezembro. Entre janeiro e fevereiro, o consultor enviou e-mails em tom ameaçador para a Capital e alertou a Casa Civil sobre a cobrança indevida. As conversas entre os dois lados, contudo, continuaram. Entre fevereiro e março, segundo o consultor, o ex-diretor dos Correios Marco Antônio Oliveira levantou a necessidade do pagamento de um bônus extra de R$ 5 milhões, que seriam usados para cobrir 'uma dívida' ligada à campanha da presidenciável Dilma Rousseff. O PT negou e ameaçou interpelar Quícoli.
Marco Antonio é tio de um dos sócios da Capital, Vinícius Castro, servidor da Casa Civil que também foi demitido neste mês. Num primeiro momento, como a Folha revelou em 16 de setembro, os lobistas da Capital sugeriram a Quícoli que o depósito dos R$ 5 milhões fosse feito na conta de outra consultoria de Brasília (a Synergy), no Banco do Brasil. Não houve acordo. O que não se sabia é que, em maio, as conversas foram retomadas. Quícoli disse que lhe foi sugerida uma segunda possibilidade: depósitos em duas contas registradas na agência do banco HSBC em Hong Kong.
A Folha apurou que as contas existem e que houve reuniões para discutir a remessa do dinheiro, embora ainda não esteja confirmado o uso eleitoral desse dinheiro.
Por Folha