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Doadores fazem fila no Hemorio após massacre em escola

O apelo para que pessoas doassem sangue após o massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, surtiu efeito. Na tarde desta quinta-feira, foi formada uma fila no Hemocentro.
O tempo de espera para doar sangue no órgão, no centro da cidade, chegou a ser de quatro horas, segundo o governo estadual.
Segundo a instituição, até as 18h30 compareceram no Hemorio 896 pessoas, sendo que 630 coletas foram efetivadas.
A operadora de telemarketing Simone Albertina da Silva, 37, disse ter pensado nas sobrinhas para se motivar a fazer a doação.
"Quando soube da tragédia, pensei logo nas minhas princesas. Pra mim, criança é tudo, é anjo. Cheguei aqui pouco depois das 13h e demorei mais de três horas para ser atendida. Mas, se tivesse que ficar até de noite, ficaria. Faço de coração. A sensação, agora, é de prazer", afirmou.
Outra doadora foi a policial militar Daniele Moraes, 35, que conseguiu uma liberação rápida do trabalho para ir ao Hemorio.
"Pela nossa condição de policial, a gente se mobiliza para ajudar diante dessas tragédias. Sempre faço doação e, pra mim, isso é natural. Tenho filhos e isso comove também", disse.

MASSACRE
 
O corpo de Wellington Menezes de Oliveira, 23, foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de São Cristóvão (zona norte) por volta das 12h40 desta quinta-feira.
Oliveira, ex-aluno da escola, entrou no local dizendo que daria uma palestra, por volta das 8h. Em seguida, passou a atirar contra os alunos, dentro das salas de aula.
Onze alunos --dez meninas e um menino-- morreram baleados e 13 ficaram feridos.
Um policial militar que estava próximo foi avisado por uma criança baleada e conseguiu atingir o criminoso. Em seguida, ele deu um tiro na própria cabeça.
A escola, na região de Realengo, atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos --da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. A escola atende 999 alunos, sendo 400 no período da manhã, de acordo com a secretaria.

Por Folha