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Obama quer 2 Estados, um judeu e outro palestino

O presidente americano, Barack Obama, defendeu neste domingo (22) diante do principal grupo de pressão pró-israelense nos Estados Unidos sua proposta para que Israel reabra a negociação com os palestinos baseando-se nas fronteiras de 1967, que foi rejeitada pelo Governo de Benjamin Netanyahu.
Em seu primeiro discurso como presidente diante da conferência anual da Aipac (organização do lobby americano pró-Israel), Obama declarou que os laços que unem seu país a Israel são "sólidos", mas ressaltou que a situação atual do conflito é "insustentável" e que é necessário reabrir o processo de paz.
Segundo Obama, interessa a Israel alcançar em breve um acordo de paz, devido à rápida transformação que está ocorrendo em países árabes e ao crescimento demográfico nos territórios ocupados, e que podem tornar cada vez mais difícil a manutenção da paz.
"Temos que enfrentar vários fatos. O primeiro é que o número de palestinos que vivem no oeste do Rio Jordão está crescendo rapidamente, e fundamentalmente está reconfigurando a realidade demográfica tanto de Israel quanto dos territórios palestinos", disse.
"Isto torna cada vez mais difícil manter Israel como um Estado democrático e judeu sem um processo de paz", afirmou o chefe da Casa Branca.
Outra realidade a ser levada em conta é que "tecnologicamente, é cada vez mais difícil para Israel defender-se à revelia de um acordo de paz", disse o governante.
E o terceiro fator, segundo Obama, é a eclosão de uma "nova geração de árabes que está reconfigurando a região. Alcançar uma paz justa e duradoura já não pode depender de um ou dois líderes árabes".
"Não podemos nos dar ao luxo de perder outra década, ou duas décadas, ou três décadas, para alcançar a paz", destacou Obama.
"O mundo está se movimentando rápido demais, e os desafios que Israel enfrenta aumentarão. Um atraso só minará a segurança de Israel e as possibilidades de que seu povo tenha a paz que merece", acrescentou.
Obama disse aos membros da Aipac que o povo palestino tem o direito de viver em um Estado soberano.
No entanto, afirmou que os EUA se oporão a qualquer tentativa nas Nações Unidas e em outros fóruns internacionais de isolar Israel.

Por Época