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Força Nacional não evita mais uma morte no Pará

Mais um trabalhador rural foi assassinado no Pará após supostamente ter discutido com representantes de grandes madeireiros que estavam extraindo madeira de forma ilegal na região, informou em nota a Comissão Pastoral da Terra na terça-feira.
Obede Loyla Souza, de 31 anos, foi morto na quinta-feira no Acampamento Esperança, em Pacajá, aparentemente com um tiro de espingarda dentro do ouvido, a 500 metros de sua casa. Seu corpo, no entanto, foi encontrado apenas no sábado.
Segundo testemunhas, uma camionete de cor preta com quatro homens entrou no acampamento no dia do assassinato com os vidros abaixados.
"Quando perceberam que estavam sendo avistados, imediatamente suspenderam os vidros. A pessoa que os viu está assustada, pois acha que pode estar correndo perigo", disse o comunicado da CPT.
Souza, casado e pai de três filhos, teria se manifestado contra a extração da madeira e o fato de a atividade deixar as estradas de acesso ao acampamento e aos assentamentos da região intrafegáveis nesse período de chuvas.
Depois de ser encontrado no sábado, o corpo foi levado pela Força Nacional para perícia em Belém e liberado na madrugada de terça-feira para o sepultamento em Tucuruí.
O assassinato de Souza aconteceu a menos de um mês da morte de outros quatro trabalhadores rurais no norte do país.
Em maio, somente no município paraense de Nova Ipixuna, foram assassinados o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, além do agricultor Herenilton Pereira dos Santos.
Em Rondônia, no mesmo mês, Adelino Ramos, conhecido como Dinho, foi morto a tiros na cidade de Vista Alegre do Abunã, onde presidia o Movimento Camponeses Corumbiara e a Associação dos Camponeses do Amazonas.
O governo federal lançou uma ofensiva com as Forças Armadas e a Força Nacional para investigar as mortes ocorridas e conter a violência na região.

Por Reuters