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BC vai monitorar empréstimos de apenas R$ 1.000

O Banco Central vai passar a monitorar pequenos empréstimos. O principal objetivo é avaliar melhor o risco que o forte aumento de empréstimos nos últimos anos representa para os bancos, especialmente os menores. A reportagem apurou que, a partir do fim de outubro, o BC passará a acessar informações detalhadas de cada operação de crédito acima de R$ 1.000.
Numa segunda fase, sem data definida, o BC poderá monitorar todos os financiamentos, mesmo muito baixos. Hoje, o departamento de fiscalização tem acesso a dados de todos os empréstimos concedidos pelo sistema financeiro. Além disso, já recebe e monitora informações cadastrais do cliente, valor e tipo de dívida, além dos juros dos empréstimos com valor igual ou superior a R$ 5.000.
Ao reduzir esse valor, será possível fazer um mapeamento mais detalhado das notas de crédito que os clientes recebem dos bancos. Essas classificações variam de acordo com um conjunto de informações, como renda, nível de endividamento e histórico do cliente em pagar ou não as parcelas em dia.
Há nove tipos de notas para empréstimos concedidos por instituições financeiras no Brasil, que vão de AA (a melhor possível) a H (a pior).
Com o novo monitoramento, o BC poderá verificar se um cliente que pegou empréstimos de valor baixo em mais de um banco recebe avaliações parecidas de todos. Se houver muitas divergências, a instituição poderá ter de aumentar suas reservas para cobrir perdas com calote.
O BC também vai detalhar a avaliação da exposição dos bancos aos tipos de crédito, como financiamento de carros e cheque especial. A ideia é traçar um perfil mais completo dos tomadores de crédito.
O Banco Central poderá cruzar mais dados, como o nível de renda, a idade e a modalidade de crédito contraída. As informações de clientes prestadas por bancos ao BC não podem ser divulgadas, pois estão protegidas por sigilo bancário.

Por Folha