Chávez diz que retorna a Cuba para se tratar de câncer
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, quer voltar a Cuba para dar prosseguimento ao tratamento contra o câncer.
Ele pediu nesta sexta-feira permissão à Assembleia Nacional para deixar o país rumo a Havana, onde informou que deseja seguir o tratamento quimioterápico para câncer a partir de amanhã. O anúncio contraria as expectativas de que ele viria agora ao Brasil para tratamento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Chávez leu um comunicado dirigido ao presidente do Parlamento, Fernando Soto Rojas, às portas do palácio presidencial, o Miraflores, com transmissão ao vivo pela TV, após se despedir do presidente eleito peruano, Olanta Humalla, com quem havia se reunido mais cedo.
Pela Constitituição venezuelana, a maioria dos deputados deve autorizar viagens do presidente ao exterior com duração maior que cinco dias. O chavismo tem maioria na Casa e a expectativa é que a autorização para a viagem fosse aprovada ainda ontem.
No texto, lido ao lado das filhas mais velhas, Chávez afirmou que em Havana cumprirá o estrito cronograma médico traçado pelos "médicos da vida". Ao final, informou que "nos próximos dias" começará a quimioterapia.
Chávez não informa que órgãos ou tecidos foram atingidos pelo câncer nem qual seu estágio. Negou nesta semana, porém, que a doença tenha atingido o cólon ou o estômago, como publicado na imprensa internacional.
Ontem o venezuelano não fez qualquer menção ao Brasil ou ao governo brasileiro, que lhe ofereceu a possibilidade se tratar no hospital de São Paulo, a exemplo do que fizeram o seu colega paraguaio Fernando Lugo e a própria presidente Dilma Roussef. Ambos sofreram de câncer linfático no ano passado e em 2009 respectivamente.
Na semana passada, Chávez agradeceu na TV a Dilma por ter posto "à disposição" sua experiência e seus médicos.
Mais cedo, questionado sobre a possível viagem ao Brasil, o vice-presidente Elias Jaua respondeu: "Perguntem ao Itamaraty". A deputada chavista Cilia Flores também não negou a possibilidade. Limitou-se a dizer que apenas o presidente falaria sobre a doença e o tratamento.
NIETZSCHE
Chávez revelou ter câncer em 30 de junho em uma mensagem lida em rede nacional em Havana, onde deveria encerrar uma turnê de visitas iniciada no Brasil no começo do mês. Naquele momento, ele anunciou ter feito duas cirurgias em Cuba --uma delas para a retirada de um tumor-- e não indicou quando voltaria à Venezuela.
Menos de quatro dias depois, Chávez retornaria de surpresa a Caracas, às vésperas do aniversário de 200 anos da independência do país. Ontem, o venezuelano afirmou que a viagem inesperada foi "um esforço colossal".
"Digo 200 vezes que o esforço valeu a pena." Justificou-se citando mais uma vez o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche: "Tudo que se faz por amor se faz acima do bem e do mal".
Durante a prolongada estadia em Cuba, a oposição cobrou que o presidente transferisse o poder ao vice Jaua. O governo diz que não é necessário.
Chávez escolheu seguir o tratamento em Cuba ao lado de seu "médico superior" Fidel Castro, seu mentor e aliado político. Será atendido, segundo ele, por médicos venezuelanos e cubanos, esses formados no regime comunista.
OUTROS TEMAS
Nesta sexta-feira, Chávez não mencionou a doença nem o tratamento médico nas primeiras mensagens enviadas pela manhã por meio do Twitter.
O presidente optou por saudar a população, convocar a sociedade pela luta por ideias e dar boas-vindas ao presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, em visita a Caracas.
"Olá, mundo pátrio. Glória ao bravo povo. A jornada começa nesta sexta-feira, 15 de julho. Eu mantenho a minha escalada e o meu novo regresso", disse o presidente, na sua mensagem, enviada por volta das 6 horas. "Em frente com a batalha de ideias em defesa do valor supremo da verdade", acrescentou ele.
Depois da sequência de mensagens, em entrevista por telefone à emissora estatal de televisão, TVN, Chávez anunciou que vai liberar recursos para o projeto de construção no Parque Bolívar conhecido como o La Carlota. O local tem área de 174 hectares. Ele disse que o objetivo é transformar o parque em um centro cultural.
Também, na entrevista à TVN, Chávez disse que quer acelerar o processo de transformação do sistema penitenciário em centros de treinamento. Segundo ele, a ideia é acabar com as máfias e curar o que chamou de "câncer social" existente nas prisões.
Ele pediu nesta sexta-feira permissão à Assembleia Nacional para deixar o país rumo a Havana, onde informou que deseja seguir o tratamento quimioterápico para câncer a partir de amanhã. O anúncio contraria as expectativas de que ele viria agora ao Brasil para tratamento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Chávez leu um comunicado dirigido ao presidente do Parlamento, Fernando Soto Rojas, às portas do palácio presidencial, o Miraflores, com transmissão ao vivo pela TV, após se despedir do presidente eleito peruano, Olanta Humalla, com quem havia se reunido mais cedo.
Pela Constitituição venezuelana, a maioria dos deputados deve autorizar viagens do presidente ao exterior com duração maior que cinco dias. O chavismo tem maioria na Casa e a expectativa é que a autorização para a viagem fosse aprovada ainda ontem.
No texto, lido ao lado das filhas mais velhas, Chávez afirmou que em Havana cumprirá o estrito cronograma médico traçado pelos "médicos da vida". Ao final, informou que "nos próximos dias" começará a quimioterapia.
Chávez não informa que órgãos ou tecidos foram atingidos pelo câncer nem qual seu estágio. Negou nesta semana, porém, que a doença tenha atingido o cólon ou o estômago, como publicado na imprensa internacional.
Ontem o venezuelano não fez qualquer menção ao Brasil ou ao governo brasileiro, que lhe ofereceu a possibilidade se tratar no hospital de São Paulo, a exemplo do que fizeram o seu colega paraguaio Fernando Lugo e a própria presidente Dilma Roussef. Ambos sofreram de câncer linfático no ano passado e em 2009 respectivamente.
Na semana passada, Chávez agradeceu na TV a Dilma por ter posto "à disposição" sua experiência e seus médicos.
Mais cedo, questionado sobre a possível viagem ao Brasil, o vice-presidente Elias Jaua respondeu: "Perguntem ao Itamaraty". A deputada chavista Cilia Flores também não negou a possibilidade. Limitou-se a dizer que apenas o presidente falaria sobre a doença e o tratamento.
NIETZSCHE
Chávez revelou ter câncer em 30 de junho em uma mensagem lida em rede nacional em Havana, onde deveria encerrar uma turnê de visitas iniciada no Brasil no começo do mês. Naquele momento, ele anunciou ter feito duas cirurgias em Cuba --uma delas para a retirada de um tumor-- e não indicou quando voltaria à Venezuela.
Menos de quatro dias depois, Chávez retornaria de surpresa a Caracas, às vésperas do aniversário de 200 anos da independência do país. Ontem, o venezuelano afirmou que a viagem inesperada foi "um esforço colossal".
"Digo 200 vezes que o esforço valeu a pena." Justificou-se citando mais uma vez o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche: "Tudo que se faz por amor se faz acima do bem e do mal".
Durante a prolongada estadia em Cuba, a oposição cobrou que o presidente transferisse o poder ao vice Jaua. O governo diz que não é necessário.
Chávez escolheu seguir o tratamento em Cuba ao lado de seu "médico superior" Fidel Castro, seu mentor e aliado político. Será atendido, segundo ele, por médicos venezuelanos e cubanos, esses formados no regime comunista.
OUTROS TEMAS
Nesta sexta-feira, Chávez não mencionou a doença nem o tratamento médico nas primeiras mensagens enviadas pela manhã por meio do Twitter.
O presidente optou por saudar a população, convocar a sociedade pela luta por ideias e dar boas-vindas ao presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, em visita a Caracas.
"Olá, mundo pátrio. Glória ao bravo povo. A jornada começa nesta sexta-feira, 15 de julho. Eu mantenho a minha escalada e o meu novo regresso", disse o presidente, na sua mensagem, enviada por volta das 6 horas. "Em frente com a batalha de ideias em defesa do valor supremo da verdade", acrescentou ele.
Depois da sequência de mensagens, em entrevista por telefone à emissora estatal de televisão, TVN, Chávez anunciou que vai liberar recursos para o projeto de construção no Parque Bolívar conhecido como o La Carlota. O local tem área de 174 hectares. Ele disse que o objetivo é transformar o parque em um centro cultural.
Também, na entrevista à TVN, Chávez disse que quer acelerar o processo de transformação do sistema penitenciário em centros de treinamento. Segundo ele, a ideia é acabar com as máfias e curar o que chamou de "câncer social" existente nas prisões.
Por Folha