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Escândalo dos grampos: chefe de polícia de Londres pede demissão

Paul Stephenson, chefe da Polícia Metropolitana de Londres, a Scotland Yard, renunciou ao cargo neste domingo (17), após ter sido envolvido no escândalo de escutas ilegais e subornos do tabloide News of the World. Stephenson tinha sido criticado nesta semana por ter mantido até setembro de 2010 o ex-sub-diretor do jornal sensacionalista Neil Wallis como consultor na Scotland Yard. Wallis foi detido no dia 14 sob a suspeita de conspirar para interceptar comunicações durante sua época na publicação.
A imprensa britânica publicou neste domingo que Stephenson passou neste ano cinco semanas em um balneário de luxo patrocinado por Wallis. A Scotland Yard negou a informação, mas admitiu que seu comissário-chefe não teve gastos com essa visita, avaliada em 12 mil libras (equivalente a 13,7 mil euros), pois teria sido bancada pelo gerente do centro.
A ministra do Interior britânica, Theresa Mai, tinha previsto fazer uma declaração na Câmara dos Comuns na segunda-feira (19), para expressar sua "preocupação" pelas relações entre a Scotland Yard e jornalistas do News of the World.
A polícia britânica está sendo muito pressionada porque, além de concluir a investigação das escutas ilegais em 2007 com a mera detenção de duas pessoas, alguns agentes aceitaram durante anos subornos do tabloide em troca de informação.
A inesperada renúncia de Stephenson, aceita pelo prefeito de Londres, Boris Johnson, acontece no mesmo dia em que foi detida Rebekah Brooks, ex-conselheira do News International, a empresa de Rupert Murdoch no Reino Unido, por suposta relação com os subornos e escutas ilegais.
Paul Stephenson disse que sua decisão de abandonar a Scotland Yard se deve à necessidade de manter sua "integridade" intacta. Stephenson afirmou que não tinha conhecimento da extensão das escutas telefônicas e dos subornos do News of the World quando a investigação foi concluída em 2007. "Tomei esta decisão como consequência das atuais especulações e acusações relacionadas com as relações da Scotland Yard e do News International, e em particular em relação a Neil Wallis", disse Stephenson.

Por Época