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Rebekah Brooks admite que 'News of the World' utilizou detetives particulares

Rebekah Brooks, ex-executiva chefe da News International, admitiu ter usado detetives particulares para obter informações exclusivas para o jornal News of the World no período em que foi editora do tabloide. Rebekah prestou esclarecimentos ao Parlamento britânico nesta terça-feira, após o depoimento dos policiais da Scotland Yard e do magnata das comunicações Rupert Murdoch.
A ex-editora do tabloide disse que o uso de investigadores era uma prática comum em boa parte da imprensa do Reino Unido nos anos 1990 e no começo da década passada. Segundo a jornalista, no entanto, os detetives só eram contratados quando o propósito era "legítimo", como descobrir o paradeiro de pedófilos condenados, e a prática não era mais utilizada em 2003, quando passou a dirigir o The Sun.
Rebekah disse à comissão que a primeira vez que os diretores do News International conheceram a extensão das escutas ilegais do "News of the World", que desencadearam um grave escândalo, foi no final de 2010, quando atuaram "com prontidão e de forma decisiva".
Assim como Murdoch, Rebekah pediu desculpas pelas escutas ilegais. "O que ocorreu no jornal foi terrível e espantoso", disse. A jornalista também negou ter feito pagamentos a detetives ou policiais. Questionada se ela já tinha discutido esses pagamentos com editores do News of the World, disse não se lembrar de ter discutido o assunto.
A jornalista prestou esclarecimentos pouco depois do depoimento de Rupert Murdoch e seu filho, James Murdoch. Durante o depoimento do magnata das comunicações, um ativista atacou Murdoch com uma "torta" de espuma de barbear, gritando "bilionário avarento!". O ataque foi parado pela mulher de Murdoch, Wendi Deng, que acertou um tapa no manifestante. O homem foi identificado como Johnnie Marbles, um ativista anarquista e comediante.
Murdoch também negou que tinha conhecimento das escutas ilegais praticadas pelo News of the World, e pediu desculpas para a família de Milly Dowler - garota desaparecida que teve seu celular grampeado pelos jornalistas do News of the World. "Fiquei absolutamente chocado, consternado e envergonhado pelo caso Milly Dowler. Quero agradecer aos Dowlers por gentilmente me dar a oportunidade para pedir desculpas pessoalmente".
As escutas ilegais do tabloide inglês são investigadas desde 2005, mas a polícia britânica encerrou o caso. Há duas semana, entretanto, o caso ganhou comtornos de escândalo quando um detetive confessou ter grampeado o celular de Milly Dowler, uma adolescente desaparecida. O detetive apagava as mensagens deixadas na caixa postal do telefone, fazendo a família acreditar que a menina ainda estava viva. Suspeita-se que o tabloide grampeou mais de 4 mil telefones, de artistas, celebridades, políticos e até de soldados que lutaram no Afeganistão.

Por Época