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Roberto Carlos vai propor à Fifa ser embaixador mundial contra o racismo

Vítima de ofensas racistas na Rússia, o lateral-esquerdo Roberto Carlos quer usar seu prestígio no futebol para lutar contra o preconceito nos estádios: o capitão do Anzhi vai procurar a Fifa nas próximas semanas para propor atuar como embaixador mundial da entidade na luta contra o racismo.
Roberto chegou ao Anzhi neste ano como maior contratação da história do futebol russo, respaldado pelo currículo repleto de títulos, como Copa do Mundo (2002), Copa das Confederações (1997), Copa América (1997 e 1999), Campeonato Brasileiro (1993 e 1994), Liga dos Campeões da Europa (1998, 2000 e 2002), Mundial Interclubes (1998 e 2002), Campeonato Espanhol (1997, 2001, 2003 e 2007) e Campeonato Turco (2008). Apesar do respeito e carinho da maioria dos fãs, o veterano sofreu com dois atos de racismo: torcedores do Zenit e do Krylya Sovetov jogaram e exibiram bananas na direção do lateral de 38 anos durante partidas contra o Anzhi.
- A agressão não foi só contra mim.O insulto foi comigo e com todos os meus colegas de profissão. Também foi contra todos aqueles que amam e praticam o futebol. Por isso, minha preocupação vai além do campo. Começa como pai de oito filhos. Quero que meus filhos cresçam vendo a pureza do futebol, vendo o verdadeiro poder de unificação do esporte. Isso independe dos títulos que conquistei na vida. Meu maior título é que meus filhos, e também os filhos de todos que amam o futebol, um dia possam ver a verdadeira pureza e poder de união do esporte - disse Roberto.
Consciente que é um dos atletas em atividade com grande poder de mobilização, o lateral espera usar seu nome para diminuir os casos de ofensas racistas nos estádios. A Rússia, que será sede da Copa do Mundo de 2018, tem um largo histórico de problemas envolvendo torcedores e jogadores negros. O Zenit, atual campeão nacional, evita ter sul-americanos e africanos no time pois uma parte radical da torcida não aceitaria ver negros com a camisa do clube. Com a chegada de Roberto Carlos ao país, a repercussão dos casos de preconceito tem sido maior na imprensa internacional e o assunto passou a ser discutido com mais frequência.
- Vou procurar a Fifa nas próximas semanas para sinalizar o interesse do Roberto em liderar, como embaixador da entidade, um movimento contra o racismo no futebol. Vamos aproveitar o seu prestígio. O próprio futebol é a maior força de mobilização para combater o preconceito. A linguagem universal hoje não é o inglês, é o futebol. O esporte é praticado em mais de 200 países filiados à Fifa - disse Farah.
O empresário citou ainda o espírito democrático do futebol para aumentar a luta contra o racismo nos estádios:
- Um time pode ter judeu, muçulmano, católico, rico, pobre, negro, branco, amarelo... É um esporte politicamente correto, sem preconceito com sexo, etnia, religião e classe social. É o esporte com maior poder de mobilização para combater o que o próprio esporte vem vivenciando - finalizou.

Por GloboEsporte.com