Dono do restaurante chora e se exime da culpa por explosão
Em depoimento nesta segunda-feira à tarde, o dono do restaurante Filé Carioca, Carlos Rogério do Amaral, se eximiu da culpa pela explosão do estabelecimento. Ele disse que supunha que a situação do local estava regular, já que nunca foi procurado por agentes da Prefeitura para uma vistoria.
"Ele (Amaral) diz que na medida em que tinha um alvará provisório e estava funcionando sem problemas jamais iria imaginar que seria proibido ter gás ali", afirmou o delegado adjunto da 5ª DP Antônio Bomfim, responsável pelo caso. O Filé Carioca explodiu na quinta-feira, deixando três mortos e 17 feridos. Quatro continuam internados, três em estado grave.
O restaurante, na Praça Tiradentes, centro, funcionava desde sua abertura, em 2008, com alvará provisório, renovado cinco vezes. Segundo Bomfim, que tomou o depoimento de Amaral, o dono do estabelecimento afirmou que quem tratava da documentação era o seu contador que, segundo ele, não o informou a respeito de pendências.
Amaral chegou à delegacia chorando e disse ainda que a manutenção e instalação dos botijões estava totalmente a cargo da empresa SHV Gas Brasil, subsidiária do grupo holandês SHV Energy. Ele teria apenas sugerido o local de instalação, aprovado pela empresa.
"O depoimento foi muito esclarecedor. Ele passou a responsabilidade do que aconteceu -- do vazamento de gás, da troca de gás -- para a firma SHV", explicou o delegado. "Essa firma, de acordo com ele, tinha exclusividade. Ela locou os botijões, fazia a manutenção."
O dono do restaurante também apresentou documentos que comprovariam que na terça-feira (11), véspera do feriado, a empresa teria realizou a troca de gás por volta das 16h. A Folha não conseguiu contato com a SHV.
Amaral deixou a delegacia sem falar com a imprensa, escoltado por cinco policiais do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).
No entanto, para o delegado, ainda é cedo para falar em culpados. "Não há um, mas muitos culpados. Estamos tentando definir quanto de culpa cada um tem."
De acordo com a polícia, já foram ouvidos 16 envolvidos no caso, entre eles o síndico do prédio onde ficava o Filé Carioca, que informou que Amaral sabia da ilegalidade do gás naquele ambiente. Amanhã será a vez dos dois engenheiros que ajudaram na retirada dos escombros do restaurante.
Bomfim pretende ouvir em breve Jorge Amaral, irmão de Carlos, que estava no restaurante na hora do acidente. Ele alegou que não poderia comparecer à delegacia hoje por causa dos ferimentos. O delegado pretende enviar um perito a casa do irmão do dono do restaurante para averiguar quando ele poderá depor.
EXPLOSÃO
Segundo a polícia, a explosão foi causada pelo acúmulo de gás. De acordo com o Corpo de Bombeiros, com o restaurante fechado devido ao feriado de 12 de Outubro, o gás pode ter vazado durante todo a quarta-feira, e provocado a explosão na manhã de quinta.
Uma funcionária que trabalhava no restaurante contou que o cheiro de gás era forte e, por isso, teria saído do estabelecimento. Outros dois funcionários estavam na calçada e foram atingidos e morreram.
Um bancário de 19 anos que passava pelo local também morreu em decorrência da explosão.
IMAGENS
Imagens divulgadas ontem pelo "Fantástico", da Rede Globo, mostram que a explosão também foi sentida em um hotel vizinho ao restaurante. As imagens mostram que um hóspede cai com o impacto. Uma mulher sofreu ferimentos na cabeça.
"Ele (Amaral) diz que na medida em que tinha um alvará provisório e estava funcionando sem problemas jamais iria imaginar que seria proibido ter gás ali", afirmou o delegado adjunto da 5ª DP Antônio Bomfim, responsável pelo caso. O Filé Carioca explodiu na quinta-feira, deixando três mortos e 17 feridos. Quatro continuam internados, três em estado grave.
O restaurante, na Praça Tiradentes, centro, funcionava desde sua abertura, em 2008, com alvará provisório, renovado cinco vezes. Segundo Bomfim, que tomou o depoimento de Amaral, o dono do estabelecimento afirmou que quem tratava da documentação era o seu contador que, segundo ele, não o informou a respeito de pendências.
Amaral chegou à delegacia chorando e disse ainda que a manutenção e instalação dos botijões estava totalmente a cargo da empresa SHV Gas Brasil, subsidiária do grupo holandês SHV Energy. Ele teria apenas sugerido o local de instalação, aprovado pela empresa.
"O depoimento foi muito esclarecedor. Ele passou a responsabilidade do que aconteceu -- do vazamento de gás, da troca de gás -- para a firma SHV", explicou o delegado. "Essa firma, de acordo com ele, tinha exclusividade. Ela locou os botijões, fazia a manutenção."
O dono do restaurante também apresentou documentos que comprovariam que na terça-feira (11), véspera do feriado, a empresa teria realizou a troca de gás por volta das 16h. A Folha não conseguiu contato com a SHV.
Amaral deixou a delegacia sem falar com a imprensa, escoltado por cinco policiais do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais).
No entanto, para o delegado, ainda é cedo para falar em culpados. "Não há um, mas muitos culpados. Estamos tentando definir quanto de culpa cada um tem."
De acordo com a polícia, já foram ouvidos 16 envolvidos no caso, entre eles o síndico do prédio onde ficava o Filé Carioca, que informou que Amaral sabia da ilegalidade do gás naquele ambiente. Amanhã será a vez dos dois engenheiros que ajudaram na retirada dos escombros do restaurante.
Bomfim pretende ouvir em breve Jorge Amaral, irmão de Carlos, que estava no restaurante na hora do acidente. Ele alegou que não poderia comparecer à delegacia hoje por causa dos ferimentos. O delegado pretende enviar um perito a casa do irmão do dono do restaurante para averiguar quando ele poderá depor.
EXPLOSÃO
Segundo a polícia, a explosão foi causada pelo acúmulo de gás. De acordo com o Corpo de Bombeiros, com o restaurante fechado devido ao feriado de 12 de Outubro, o gás pode ter vazado durante todo a quarta-feira, e provocado a explosão na manhã de quinta.
Uma funcionária que trabalhava no restaurante contou que o cheiro de gás era forte e, por isso, teria saído do estabelecimento. Outros dois funcionários estavam na calçada e foram atingidos e morreram.
Um bancário de 19 anos que passava pelo local também morreu em decorrência da explosão.
IMAGENS
Imagens divulgadas ontem pelo "Fantástico", da Rede Globo, mostram que a explosão também foi sentida em um hotel vizinho ao restaurante. As imagens mostram que um hóspede cai com o impacto. Uma mulher sofreu ferimentos na cabeça.
Por Folha