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Egito anuncia toque de recolher após 24 mortos em confronto

As autoridades egípcias decretaram neste domingo à noite um toque de recolher no centro do Cairo, após 24 pessoas terem morrido durante enfrentamentos entre manifestantes cristãos (coptas) e forças de segurança, anunciou a televisão pública.
"Toque de recolher das 02h00 da manhã às 07h00 (00h00 às 05h00 GMT) no setor de Maspero até a praça Abasiya", disse a emissora.
Os confrontos começaram na Maspero, em frente à sede da televisão estatal, no centro da cidade. A praça Abasiya, mais a leste, fica perto da principal catedral copta do Cairo.
O confronto deixou 24 mortos e cerca de 200 feridos, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde.

PROTESTO
 
Segundo a Efe, civis armados com pedaços de madeira e facas foram à praça Tahrir e ao edifício que abriga a emissora de rádio e televisão do governo, onde começaram os confrontos entre o Exército e cristãos coptas, que protestavam devido ao incêndio de uma igreja em Edfu, no sul do país.
Os manifestantes pediam a demissão do governador da província de Assuã, onde a igreja foi demolida, quando a violência teve início.
Veículos do Exército foram ao local para tentar conter os conflitos, os mais graves no Egito desde a revolução que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro.
O efeito do gás lacrimogêneo usado pelas forças de segurança pode ser sentido em grande parte do centro da capital egípcia, onde incessantemente foram ouvidas sirenes de ambulâncias transportando feridos.
Na praça Abdelmonem Riyad, próxima ao local dos confrontos, grupos de cristãos gritaram expressões de ordem como "com o espírito e o sangue nos sacrificamos pela cruz", e outros de muçulmanos cantaram lemas como "Alá é grande", em um ambiente de grande tensão, informou a agência estatal de notícias Mena.
 
TENSÕES
 
As tensões sectárias entre a minoria cristã (cerca de 10% da população) e os muçulmanos vem crescendo desde a derrubada do antigo regime.
Os cristãos acusam o governo interino de não reprimir atos de violência contra eles.

Por Folha