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Kassab diz que não aceitaria entrada de Maluf no PSD

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou nesta segunda-feira que não aceitaria a entrada do deputado Paulo Maluf (PP-SP) no partido que criou: o PSD.
"Não por sua história, mas pelas posições programáticas", afirmou o prefeito, durante o programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Em junho, durante sabatina da Folha e UOL, Kassab não descartou a filiação de Maluf no partido.
De 1997 a 2000, o prefeito foi secretário de Planejamento do então prefeito, Celso Pitta, que foi eleito graças ao apoio de Maluf.
Kassab voltou a dizer que o PSD é um partido independente em relação ao governo. "O PSD é um partido de centro, mas antes de mais nada é um partido republicano."
Da bancada de 55 deputados federais do PSD, 23 são "independentes", segundo ele.
Segundo ele, o programa de governo do partido começará a ser elaborado nesta semana sob a coordenação do vice-governador Gilherme Afif Domingos.
Kassab afirmou que entre as principais diretrizes da legenda estão a defesa do Estado forte, da liberdade de imprensa e da economia de mercado. Segundo ele, o partido também defenderá o contribuinte contra a carga tributária.
 
TRÊS GOVERNOS
 
O prefeito destacou o fato das relações que tem, ao mesmo tempo, com a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
"Vivemos um momento mágico em São Paulo neste momento. Nós temos três governos trabalhando juntos", afirmou.
Ele não quis dizer se o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles será o candidato do partido à Prefeitura no próximo ano. "Ele veio participar da construção do partido."
De acordo com o prefeito, o ex-dirigente do BC se filiou ao partido por concordar com suas bandeiras partidárias.
Sobre a filiação no PSD da ruralista Kátia Abreu e do ambientalista Fábio Feldmann, Kassab relativizou: "tem que saber encontrar a convergência".
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o PSD apoiar um candidato contra o tucano em uma eventual disputa em 2014, Kassab respondeu disse que é apenas presidente e não "dono" do partido.
O prefeito ainda afirmou que é a favor da reforma agrária e dos movimentos sociais organizados. No entanto, ele criticou o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que, para ele, avançou o "sinal em alguns momentos".

Por Folha