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Para testemunha, cigarro causou explosão no Rio; 3 morreram

A polícia confirmou que a explosão no restaurante Filé Carioca foi causada por um acúmulo de gás e informou que, segundo uma testemunha, o acidente foi causado por um cigarro aceso. Três pessoas morreram e 17 ficaram feridas.
Segundo o delegado-adjunto da 5ª DP (Centro) do Rio, Antonio Bonfim, o gás vazou durante todo dia de ontem. Ele diz que, segundo o depoimento do jornaleiro, um homem comprou um maço de cigarro, seguiu em direção ao restaurante "e, na mesma hora, o local explodiu"
Segundo Bomfim, ainda é cedo para definir culpados. Já foram ouvidas 12 pessoas, entre funcionários e vizinhos.
O dono do restaurante, emocionalmente abalado, foi internado. Ele deve prestar depoimento assim que deixar o hospital.
 
VÍTIMAS
 
O acidente aconteceu por volta das 7h20, na praça Tiradentes, no centro do Rio.
Dois dos mortos trabalhavam no restaurante: Antônio Severino Tavares, chefe de cozinha, Josimar dos Santos Barros, que trabalhava como sushiman. A outra vítima é Mateus Maia Macedo, 19, que passava pelo local no momento da explosão.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 4 das 17 pessoas atendidas permanecem internadas. Três dos feridos estão em estado grave.
As buscas por outras possíveis vítimas foram encerradas na tarde desta quinta. O prédio, na praça Tiradentes, vai continuar interditado, assim como o imóvel vizinho. O hotel Formule 1, que teve vidros estilhaçados com a explosão, foi liberado.
 
RELATOS
 
A atendente Michele Medeiros dos Santos, 29, disse que chegou a entrar no Filé Carioca minutos antes de o restaurante explodir. "Foi Deus mesmo que me salvou", disse.
Segundo ela, o chefe de cozinha Antônio Severino Tavares, que morreu no acidente e estava no local desde as 6h, alertou sobre o risco de explosão por conta de um vazamento de gás e pediu que ela e os outros funcionários se afastassem dali.
"Foi o tempo de eu entrar, sentir o cheiro do gás e sair para entregar uma mochila de roupas num prédio vizinho. Cheguei a falar para o Antônio sair da loja, mas ele disse que estava tentando resolver o problema. Logo que virei na rua lateral a do restaurante ouvi uma explosão ensurdecedora", disse.
O catador de latinhas Daniel Ferreira Luz de Oliveira, 34, viu o momento da explosão. "Eu estava do outro lado da calçada catando latinha quando ouvi um estrondo enorme. Vi o pessoal voando já tudo morto pro outro lado da calçada. Com o calor, já estavam até sem roupa. O impacto foi tão grande que chegou a derrubar um poste. Nunca vi uma cena daquela. Ficou gravada na minha cabeça", disse.

Por Folha