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Cesáreas superam partos normais pela 1ª vez no país

Pela primeira vez, o Brasil registrou em 2010 mais cesarianas do que partos normais. Informações do Ministério da Saúde mostram que o percentual de partos cesáreos chegou a 52% do total no ano passado. Em 2009, eles já tinham igualado os normais.
A Organização Mundial de Saúde recomenda uma taxa em torno de 15%.
A cirurgia, quando bem indicada, traz benefícios à gestante e ao recém-nascido, mas, quando feita indiscriminadamente, pode elevar os riscos para a mãe e para o feto. Há chances, por exemplo, de o parto ocorrer antes do tempo adequado.
"Esse é o grande perigo do aumento das cesáreas. Mesmo com todos os exames, a medicina não é uma ciência exata", diz o coordenador da Câmara Técnica de Parto Normal do CFM (Conselho Federal de Medicina), José Vinagre.
No país, o grande número de cesarianas é puxado principalmente pelo setor privado, onde a taxa está estabilizada desde 2004 em cerca de 80%. Mas é no SUS que ela está aumentando, tendo passado de 24% para 37% na década passada.
A professora universitária Verônica Toste, 30, diz que a gestação da primeira filha, nascida em setembro, só teve um problema: o aborrecimento com o obstetra, que criava empecilhos para realizar o parto normal.
Toste conta que, nas consultas iniciais do pré-natal, o profissional tentava dissuadi-la do parto normal dizendo que ela iria sentir muita dor. "Ele criou tantos empecilhos que acabei trocando de médico no oitavo mês", diz. O parto normal transcorreu bem e, poucas horas após dar à luz Luísa, a professora já estava de pé.

Por Folha