Lupi: ‘Duvido que Dilma me tire. Nem na reforma’
Após mais de três horas de reunião com as bancadas do PDT na Câmara e do Senado, o ministro do Trabalho e presidente licenciado do partido, Carlos Lupi, afirmou que lutará até o fim para provar sua inocência e que conta com apoio "total" da presidente Dilma Rousseff e do PDT para continuar no cargo. De acordo com o ministro, existe um movimento orquestrado para manchar sua imagem pessoal e do partido. Segundo relatos de participantes da reunião, o pededista disse que conta com a confiança da presidente Dilma e que, diante do apoio dela e do partido, "vai até as últimas consequências na luta para permanecer no cargo".
Lupi desafiou que apareça o nome dele mesmo vinculado a qualquer ato de corrupção.
- Para me tirar, só abatido à bala. Eu duvido que ela (Dilma) faça (a demissão). Eu tenho a consciência tranquila. Ela me conhece bem, te garanto que não acontecerá. Eu tenho o santo forte, vou carregar o caixão de muita gente que quer ver o meu carregado. Esse é um caso diferente - disse Lupi, referindo-se à saída de outros cinco ministros abatidos por denúncias de corrupção no governo.
- Para desconforto de vocês, vão me ver aqui ano que vem, em 2012. Pela relação que tenho com a Dilma não saio daqui nem na reforma (ministerial, prevista para janeiro). Acho pouco provável. Se acontecer, o PDT vai analisar sua relação com o governo.
A bancada federal do PDT, por meio do líder na Câmara, Giovanni Queiroz, informou que o partido não tem substituto e que, caso a presidente demita Lupi, a legenda poderia sair do governo.
- Com o ministro Lupi, sai o PDT, se necessário, do governo. Não aceitamos a queda do ministro por corrupção nem por pressão.
Se tem alguém no ministério que levou algum recursos, quero saber, diz Lupi
Lupi desafiou que apareça o nome dele mesmo vinculado a qualquer ato de corrupção.
- Para me tirar, só abatido à bala. Eu duvido que ela (Dilma) faça (a demissão). Eu tenho a consciência tranquila. Ela me conhece bem, te garanto que não acontecerá. Eu tenho o santo forte, vou carregar o caixão de muita gente que quer ver o meu carregado. Esse é um caso diferente - disse Lupi, referindo-se à saída de outros cinco ministros abatidos por denúncias de corrupção no governo.
- Para desconforto de vocês, vão me ver aqui ano que vem, em 2012. Pela relação que tenho com a Dilma não saio daqui nem na reforma (ministerial, prevista para janeiro). Acho pouco provável. Se acontecer, o PDT vai analisar sua relação com o governo.
A bancada federal do PDT, por meio do líder na Câmara, Giovanni Queiroz, informou que o partido não tem substituto e que, caso a presidente demita Lupi, a legenda poderia sair do governo.
- Com o ministro Lupi, sai o PDT, se necessário, do governo. Não aceitamos a queda do ministro por corrupção nem por pressão.
Se tem alguém no ministério que levou algum recursos, quero saber, diz Lupi
Na entrevista, o ministro contou ainda que na conversa que teve segunda-feira com Dilma, a presidente perguntou se ele iria até o fim e ele disse que sim.
- Então, vai em frente - teria dito a presidente, segundo Lupi.
- E eu vou em frente, porque fui forjado na luta - afirmou o ministro.
O ministro ainda informou que pedirá demissão, caso apareça alguma denúncia com provas em que o nome dele apareça. E disse que não vai descansar até que as denúncias sejam esclarecidas.
- Se tem alguém no ministério que levou algum recursos, quero saber: onde foi, como foi. Não aceito a imputação do partido, meu partido é um partido limpo e continuará limpo.
Durante a reunião fechada, a Executiva Nacional do PDT e os parlamentares do partido declararam apoio a Lupi, depois de ouvir dele explicações sobre as denúncias de irregularidades nos convênios da pasta. O ministro conseguiu, assim, o apoio político do PDT, que no início se mostrou dividido.
Depois do encontro a bancada e o partido divulgaram uma nota em que apoiam a permanência do ministro no cargo e afirmam que ele tem "o nosso apoio e absoluta confiança". Na avaliação do partido, Lupi tomou todas as providências para investigar as suspeitas de desvios de recursos públicos do Trabalho.
"Carlos Lupi representa o PDT na função de Ministro do Trabalho e Emprego. Exerce o cargo em nosso nome e tem o nosso apoio e absoluta confiança para continuar à frente do ministério", diz a nota.
O PDT ainda afirma que irá às últimas consequências para reparar a sua imagem face à acusação mentirosa de que estariam se utilizando de esquema criminoso para arrecadar ilicitamente recursos para o partido.
Apesar da demonstração de unidade do partido, o deputado Miro Teixeira (RJ) não compareceu ao encontro, num sinal de que mantém sua posição. Antes, ele e o também deputado Reguffe (PDT-DF) confirmaram a disposição de acionar ainda nesta terça-feira o Ministério Público , pedindo investigação das denúncias envolvendo a pasta e integrantes da legenda. De acordo com o próprio Lupi, o deputado Regguffe foi o único parlamentar do PDT que, durante a reunião, defendeu seu licenciamento do cargo.
Antes da coletiva, a assessoria do PDT entregou aos jornalistas um memorial, com a lista de todas as medidas adotadas pelo ministério para investigar os desvios de recursos em convênios firmados entre o Trabalho e organizações não-governamentais, especialmente no estado de Sergipe.
O primeiro documento é um pedido de investigação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para apurar reportagem publicada pelo GLOBO, no último domingo , apontando que a Polícia Federal já abriu 20 inquéritos somente para apurar as irregularidades nos convênios de Sergipe, bem como reportagem da revista "Veja", na qual o coordenador-geral de qualificação Anderson Alexandre dos Santos é acusado de participar de um suposto esquema de cobrança de propina.
Lupi ainda se valeu de uma nota informativa, datada de 27 de julho de 2011, assinada pelo secretário-executivo, Paulo Roberto dos Santos Pinto, em que relata ao ministro o caso da rede de ONGs que desviava recursos do trabalho em Sergipe e as medidas que teriam sido adotadas para interromper a destinação de recursos a essas entidades, investigadas pela Polícia Federal pelo menos desde 2010.
No ano passado, a PF solicitou a interrupção dos repasses federais às ONGs acusadas de irregularidades. Lupi também anexou pedido de providências, entre em 29 de junho de 2010, ao governador de Sergipe, Marcelo Deda, explicando os motivos pelos quais interrompeu a liberação de dinheiro federal aos convênios.
- Então, vai em frente - teria dito a presidente, segundo Lupi.
- E eu vou em frente, porque fui forjado na luta - afirmou o ministro.
O ministro ainda informou que pedirá demissão, caso apareça alguma denúncia com provas em que o nome dele apareça. E disse que não vai descansar até que as denúncias sejam esclarecidas.
- Se tem alguém no ministério que levou algum recursos, quero saber: onde foi, como foi. Não aceito a imputação do partido, meu partido é um partido limpo e continuará limpo.
Durante a reunião fechada, a Executiva Nacional do PDT e os parlamentares do partido declararam apoio a Lupi, depois de ouvir dele explicações sobre as denúncias de irregularidades nos convênios da pasta. O ministro conseguiu, assim, o apoio político do PDT, que no início se mostrou dividido.
Depois do encontro a bancada e o partido divulgaram uma nota em que apoiam a permanência do ministro no cargo e afirmam que ele tem "o nosso apoio e absoluta confiança". Na avaliação do partido, Lupi tomou todas as providências para investigar as suspeitas de desvios de recursos públicos do Trabalho.
"Carlos Lupi representa o PDT na função de Ministro do Trabalho e Emprego. Exerce o cargo em nosso nome e tem o nosso apoio e absoluta confiança para continuar à frente do ministério", diz a nota.
O PDT ainda afirma que irá às últimas consequências para reparar a sua imagem face à acusação mentirosa de que estariam se utilizando de esquema criminoso para arrecadar ilicitamente recursos para o partido.
Apesar da demonstração de unidade do partido, o deputado Miro Teixeira (RJ) não compareceu ao encontro, num sinal de que mantém sua posição. Antes, ele e o também deputado Reguffe (PDT-DF) confirmaram a disposição de acionar ainda nesta terça-feira o Ministério Público , pedindo investigação das denúncias envolvendo a pasta e integrantes da legenda. De acordo com o próprio Lupi, o deputado Regguffe foi o único parlamentar do PDT que, durante a reunião, defendeu seu licenciamento do cargo.
Antes da coletiva, a assessoria do PDT entregou aos jornalistas um memorial, com a lista de todas as medidas adotadas pelo ministério para investigar os desvios de recursos em convênios firmados entre o Trabalho e organizações não-governamentais, especialmente no estado de Sergipe.
O primeiro documento é um pedido de investigação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para apurar reportagem publicada pelo GLOBO, no último domingo , apontando que a Polícia Federal já abriu 20 inquéritos somente para apurar as irregularidades nos convênios de Sergipe, bem como reportagem da revista "Veja", na qual o coordenador-geral de qualificação Anderson Alexandre dos Santos é acusado de participar de um suposto esquema de cobrança de propina.
Lupi ainda se valeu de uma nota informativa, datada de 27 de julho de 2011, assinada pelo secretário-executivo, Paulo Roberto dos Santos Pinto, em que relata ao ministro o caso da rede de ONGs que desviava recursos do trabalho em Sergipe e as medidas que teriam sido adotadas para interromper a destinação de recursos a essas entidades, investigadas pela Polícia Federal pelo menos desde 2010.
No ano passado, a PF solicitou a interrupção dos repasses federais às ONGs acusadas de irregularidades. Lupi também anexou pedido de providências, entre em 29 de junho de 2010, ao governador de Sergipe, Marcelo Deda, explicando os motivos pelos quais interrompeu a liberação de dinheiro federal aos convênios.
Procuradoria diz que ainda não apareceram indícios contra Lupi
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça-feira que não viu indícios de participação direta de Lupi, no suposto esquema de cobrança de propina na pasta a entidades. Ele explicou que, se não forem encontrados indícios contra o ministro, o caso será investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
- Por enquanto, os elementos dizem respeito a irregularidades em programas do Ministério do Trabalho, mas não apontam, pelo menos neste primeiro momento, o envolvimento direto do ministro - afirmou Gurgel.
O procurador não descartou a possibilidade de conduzir ele mesmo a investigação, devido à suposta participação do deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), que foi assessor especial do ministro. Como parlamentar, ele tem o direito ao foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF) e apenas o procurador-geral pode abrir inquérito na Corte.
- Se surgirem indícios do envolvimento de alguma autoridade com prerrogativa de foro, como essa ventilada de que haveria um hoje parlamentar, então o assunto será remetido à PGR, mas o importante é que a investigação tenha início - afirmou.
Segundo Gurgel, Lupi encaminhou a ele na segunda-feira um ofício deixando o ministério à disposição para eventuais investigações. O ministro teria dito ser o primeiro interessando nas apurações de irregularidades. Gurgel informou que ainda está na fase inicial das averiguações e que não há prazo para serem concluídas.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça-feira que não viu indícios de participação direta de Lupi, no suposto esquema de cobrança de propina na pasta a entidades. Ele explicou que, se não forem encontrados indícios contra o ministro, o caso será investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
- Por enquanto, os elementos dizem respeito a irregularidades em programas do Ministério do Trabalho, mas não apontam, pelo menos neste primeiro momento, o envolvimento direto do ministro - afirmou Gurgel.
O procurador não descartou a possibilidade de conduzir ele mesmo a investigação, devido à suposta participação do deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), que foi assessor especial do ministro. Como parlamentar, ele tem o direito ao foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF) e apenas o procurador-geral pode abrir inquérito na Corte.
- Se surgirem indícios do envolvimento de alguma autoridade com prerrogativa de foro, como essa ventilada de que haveria um hoje parlamentar, então o assunto será remetido à PGR, mas o importante é que a investigação tenha início - afirmou.
Segundo Gurgel, Lupi encaminhou a ele na segunda-feira um ofício deixando o ministério à disposição para eventuais investigações. O ministro teria dito ser o primeiro interessando nas apurações de irregularidades. Gurgel informou que ainda está na fase inicial das averiguações e que não há prazo para serem concluídas.
Ministério do Trabalho abre sindicância para investigar denúncias de cobrança de propina na pasta
Em determinação publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, Lupi abriu sindicância para investigar as denúncias de cobrança de propina na pasta, reveladas pela revista "Veja". A Polícia Federal também vai abrir inquérito para apurar as denúncias, segundo informou o "Jornal da Globo". Para o Tribunal de Contas da União, a situação no Trabalho é crítica. Auditoria revela que a pasta engavetou mais de 500 prestações de contas das entidades sem fins lucrativos.
Na segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República já havia determinado a abertura de procedimento preliminar pedindo informações ao ministro do Trabalho.
A portaria publicada no DO hoje fixou o prazo de 30 dias para a conclusão dos trabalhos da auditoria, e oficializou o afastamento de Anderson Alexandre dos Santos , anunciado sábado. Segundo a "Veja", Anderson é apontado por dirigentes de duas ONGs, a Oxigênio, do Rio de Janeiro, e Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte, como um dos servidores públicos que supostamente participariam de um esquema de extorsão na pasta.
Na segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República já havia determinado a abertura de procedimento preliminar pedindo informações ao ministro do Trabalho.
A portaria publicada no DO hoje fixou o prazo de 30 dias para a conclusão dos trabalhos da auditoria, e oficializou o afastamento de Anderson Alexandre dos Santos , anunciado sábado. Segundo a "Veja", Anderson é apontado por dirigentes de duas ONGs, a Oxigênio, do Rio de Janeiro, e Instituto Êpa, do Rio Grande do Norte, como um dos servidores públicos que supostamente participariam de um esquema de extorsão na pasta.
Por O Globo